Ela me vê como Romeu,
a salvação quando o sol se põe
e os pesadelos tomam forma.
Escuridão dissipando a luz
que dela reverbera,
meu anjo em forma de mulher.
Terror deliberado entre monstros e demônios
se desfaz em meus braços.
Ternura e aconchego em cada curva do corpo dela.
Proteção para Julieta.
Contemplação de Romeu.
A zelar teu sono,
meio a relâmpagos que cortam os céus
e trovões ensurdecedores,
fico eu, Romeu.
Observo seu rosto entre os clarões,
lábios entreabertos e cenho franzido.
Creio que algo está a te atormentar,
amada minha, Julieta.
Aperto-lhe mais em meus braços
e a singela expressão de descontentamento some.
Rosto sereno,
plenitude em ti,
me faço satisfeito.
Beleza tua,
fascínio meu.
Hoje, creio em anjos.
Por inteiro me tens,
exerces poder sobre mim
jamais cogitado ser entregue a alguém.
Me tens da forma que quiseres,
minha vida dedicada para teu sorriso,
anjo meu. Julieta.
Rezo para que tua imagem
não se faça miragem
entre as picadelas no decorrer da madrugada.
Imploro para que meu corpo
não ceda aos encantos do famigerado sono.
Tento me manter acordado,
tu se faz meu respirar
e minutos parecem horas
noite a dentro.
Vejo amor,
futuro e felicidade.
Julieta aceitaria a eternidade
do nosso amor?
