Feiticeira contemporânea

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Me formo e me quebro
por repetidas vezes.
Coração atormentado
pelo monstro do amor.
Um amor longínquo,
amor sofrido.

Caminho abaixo de um oceano,
oceano de estrelas a cintilar.
Escuridão da noite
a consumir o invisível em mim.
Necessidade estampada na pele
de uma ligação incompreendida,
quem sabe já
um dia vivida.
Luz da lua a enaltecer o quebrar das ondas
frente aos meus olhos.
Angústia se espelhando
no movimento da água,
engrandecida no formar e quebrar enfurecido
de cada onda.
Formar e quebrar
por repetidas vezes.
Pés a se afundarem na areia
junto da água que os tocam.

Feiticeira contemporânea
tu és,
me enredou no seu amor.
Amarrou e prendeu
para nunca mais soltar.
Me fez cair
em uma areia movediça de sentimentos,
onde cada grão é você.
Me sugando. Me consumindo.
Aprisionado pela eternidade
e vivendo na tua existência,
longe da ambivalência.
Eu deixo de existir
para viver na tua essência.
Ressuscite o que já nos foi proposto
e una-nos até o último suspiro.

Primeira instância de amor (2020 PRONTO)Onde histórias criam vida. Descubra agora