hell

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Olá, mundanos! Esse capítulo trará menção a suicídio e, se você for sensível ao assunto, eu recomendo que não leia. Suicídio não é a solução para os problemas e, quando as palavras não são suficientes para acalentar seu coração, procure ajuda, por favor. You are loved.

Obrigada pela compreensão.

Boa leitura!


Louis detestava estar entre os mundanos, mesmo que ninguém pudesse vê-lo caminhando em direção ao vasto parque que era seu objetivo, mas ele ainda assim detestava apenas pelas baboseiras que via enquanto passava por eles ou por seus sorrisos cheios de pura inocência que, para ele, só poderia ser fruto da ignorância.

Mas não importava seu desagrado em relação ao mundo, pois era obrigado a cumprir suas missões e reafirmar o poder da maldade, pois seu único objetivo era convencer mundanos confusos de seguir o pior e mais injusto caminho. Ele seguia ordens e era muito eficiente nisso, principalmente porque sabia sobre a regra da "tolerância zero" a qualquer erro cometido durante uma missão, mas ele não costumava cometer erro algum quando era o próprio demônio na mente das pessoas implorando graciosamente para que fossem más das mais diversas formas, desde dirigir sem habilitação até tirar uma vida, era ele que incentivava aqueles comportamentos.

E ele não aguentava mais aquelas porcarias, apenas porque estava cansado de ser um cuzão e obedecer às regras, mas ainda assim fazia, pois era a única opção. Louis foi para mais uma dessas missões com toda essa porcaria em mente e com uma carranca no rosto, mas essa expressão desmancha-se quando ele encontra o anjo com o tal "trabalharia" daquela vez, já esperando no lugar onde deveriam estar.

O ser iluminado não percebe sua presença num primeiro momento, muito distraído observando o farfalhar das folhas das árvores e procurando o mundano poucas vezes. Louis sente que finalmente tem um coração batendo em seu peito, pois ele acelera enquanto observa o rapaz com belos cachinhos que quase alcançavam a altura de seu ombro, assim como olhos verdes curiosos que pareciam completamente encantados pelo movimento das árvores, fitando-as como se fosse a primeira vez e o demônio não custa a compreender que de fato era a sua primeira vez, pois leva um susto diante da aproximação de um homem e tenta esconder suas asas como se esquecesse ser invisível para aquelas pessoas mortais.

Um sorriso de lado surge no rosto do demônio ao perceber que seria imensamente mais fácil trabalhar com um novato, pois a maioria não sabia o que fazer, embora geralmente recebesse os mais experientes quando saia em missão. Então ele aproxima-se e tenta não parecer um ser tão mau quando o cumprimenta:

- E aí, sou o Louis, tudo certo? - ele faz uma aproximação súbita que assusta o outro, o qual fica imediatamente ruborizado quando é chamado e parece evitar os olhos azuis do parceiro ou até mesmo seu corpo, olhando para longe com receio.

- Não é permitido falar com demônios - sua voz é consideravelmente mais rouca do que era esperado, embora fosse harmoniosa e bonita.

- Pois acabou de falar comigo, serafim.

- Oops - o cacheado ergue sua mão até a boca para cobri-la suavemente, como se aquilo fosse esconder o que fora dito, embora esse gesto sirva para que o demônio note seus lábios rosados e cheinhos. E ele presta mais atenção do que deveria àquele detalhe, embora desvie o olhar em seguida.

- Não se preocupe com essa norma estúpida, não contarei nada a ninguém sobre isso, mas você tem uma bela voz e eu realmente adoraria ouvir mais sobre qualquer coisa que queria falar - o sorriso ladino volta a aparecer e as bochechas do cacheado voltam a esquentar ainda mais. Era muito tímido e bonito para que a sanidade do demônio resistisse.

ʙᴇᴛᴡᴇᴇɴ ʜᴇᴀᴠᴇɴ ᴀɴᴅ ʜᴇʟʟ • ʟᴀʀʀʏOnde histórias criam vida. Descubra agora