Capítulo 5

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Quando tudo se estabilizou, três horas depois do início do ataque, todos foram liberados. Algumas garotas ainda tremiam de medo, mas o horror maior ainda estaria por vir.

  Os guardas Elijah e Klaus acompanharam as selecionadas e as princesas para fora do abrigo. Ninguém falava nada, todas ainda abaladas — com exceção da princesa mais velha, que já estava acostumada.

  Eles andaram pelos corredores até acharem algo que viria a ser o trauma de muitas dali em diante. O corpo da selecionada Helena estirado no chão, em meio a poça de sangue. A marca de tiro na cabeça, os olhos abertos vazios e sem vida, os cabelos antes castanho agora tinham marcas vermelhas. Sangue. O grito de terror pôde ser ouvido, embora ninguém tivesse tirado os olhos do corpo para saber quem o deu.

  Algumas não aguentavam mais olhar, e viraram as cabeças para o lado, enquanto outras pareciam estar em choque. A princesa Violetta, que segurava a irmã mais nova nos braços, virou o rostinho da mesma, para que ela não pudesse ver.

  Os guardas tiraram elas dali rapidamente, e logo outros vieram, para levar embora o cadáver. Elijah levou as selecionadas para seus dormitórios do lado oeste, enquanto Niklaus levou as do lado leste. O guarda Damen acompanhou as princesas até o quarto do rei e da rainha, onde já estavam ambos os monarcas e o príncipe Jasper.

— NUNCA MAIS FAÇA ISSO VIOLETTA ALIANOVNA ROMANOFF STARK! — A rainha gritou tão alto que o Palácio inteiro deve ter ouvido. Sua indignação ficou clara, quando falou o segundo nome da filha (aquele que quase nunca é usado).

— Desculpa, é que eu sei como a Amber fica em momentos como esse e... bom, papai não iria deixar você sair, por isso eu decidi fazer isso já que o caminho estava livre.

— Mama! — Exclamou a princesa Amber ao ver Natasha.

  A rainha, que estava morrendo de preocupação correu para abraçar as filhas. Esquecendo-se por um segundo na pequena bronca que havia dado na Violetta.

— Nunca mais me assuste desse jeito. — Disse para a mais velha se referindo ao fato de a mesma ter saído do abrigo. Deu um beijo em sua testa e pegou a filha mais nova no colo. — E você também me deu o maior susto, Cherry.

— Desculpa, mama. — Natasha deu beijinhos no topo da cabeça da criança.

  Jasper também veio e abraçou Violetta, tal como Howard que por dentro estava assim como Natasha. Apesar de todos estarem meio acostumados, a aflição nunca deixava de existir. O rei foi chamado por um dos guardas e Violetta já imaginava o porquê. A rainha havia levado Amber para o quarto da pequena, então sobraram apenas os irmãos mais velhos.

— Uma selecionada está morta. — Disse Violetta para Jasper, que arregalou os olhos. — É. Helena. Todas as outras viram.

— Meu Deus. Por isso chamaram nosso pai? — Disse passando os dedos por entre os cabelos ruivos.

— Sim. Sinto muito, Jasp.   — Violetta disse sincera. Apesar de não ter gostado de quase nenhuma selecionada e querer que elas fossem embora, não desejou a morte de ninguém. Sabia que isso afetaria seu irmão, então tentou ser suave nas palavras, mesmo sendo direta.

— Isso é... — Jasper não sabia o que falar, não sabia onde encontrar as palavras perfeitas para resumir o que estava sentindo. — Vou ver como elas estão. — Violetta sabe que quando Jasper fica triste, ele tende a se afastar de todos e tentar lidar com isso sozinho.

— Não, Jasp. — Vilu segurou o braço do irmão, impedindo que ele andasse. — Fale com elas amanhã, pode ser? Você precisa descansar.

— Tudo bem, vamos dormir. — Jasper não havia concordado de fato com aquilo, ele ainda queria ver as garotas mas algo lhe disse que Violetta não iria permitir isso.

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