Uma noite no quarto número 18

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Dylan

À primeira vista o banheiro do quarto de hotel parecia bom e comum,era espaçoso e possuía as paredes pintadas de azul,dando a sensação de você estar no fundo do oceano.Uma pia,um vaso sanitário,um pequeno espelho em cima da pia e uma banheira que era escondida por uma cortina,tudo aquilo provocava lembranças de filmes de terror antigos na mente de Dylan,o que não o deixava muito confortável,mas ele estava muito apertado,o som da chuva caindo do lado de fora contribuía muito com a situação. Ao levantar a tampa do vaso sanitário o garoto com o cabelo de labareda tem uma leve surpresa,não havia água corrente no vaso sanitário,Ele olha a cena confuso:

—O quê?!Sem água?Agora eu sei porque esse lugar está falindo...

Dylan resolve checar outros meios para tentar descobrir o problema,Sua primeira opção é a pia,ele se aproxima e vê de relance seu reflexo no espelho desgastado preso à parede,ele aproxima sua mão da torneira,ao encostar nela ele imediatamente sente o frio que o cano conduzia,ele girou,nada aconteceu, girou novamente, o mesmo resultado,continuou girando desesperadamente e nada saía,a torneira chega ao seu limite, sendo impossível gira-la mais uma vez. O jovem garoto não sabia se sentia raiva ou tristeza,deixou escapar um leve suspiro de decepcão,Porém,estava tão concentrado em resolver seus problemas que nem notara no cheiro que ocupava o lugar,um cheiro horrível, como se ele estivesse dentro de um frigorífico e a carne lá guardada já estava estragada há algum tempo,o garoto aperta o nariz com desgosto:

—Santo Deus,alguém morreu aqui?!Menos uma estrela para esse lugar...

Logo lembrou-se da banheira,o unico lugar que não verificou,afinal,não faria mal nenhum olhar,pensou. Se aproximando da banheira ele levanta sua mão para puxar a cortina que a  escondia,ainda incomodado com o cheiro e apertando o nariz,ele sussurra repetindo suas palavras:

—Por favor não seja um animal morto...Por favor não seja um animal morto...

Conforme ele puxava a cortina a banheira e seu interior iam sendo revelados,a primeira coisa que vê é uma mão que parecia estar em decomposição, neste momento seu coração começa a acelerar por já saber que aquilo não iria acabar bem,não suportando o suspense que o mesmo criara,ele resolve puxar de uma vez,péssima decisão. Havia duas notícias,uma boa e uma ruim,a boa é que não era um animal,e a ruim é que era um homem,sim,uma pessoa morta.Dylan não conseguia acreditar no que estava vendo,a vítima estava jogada na banheira como se tivesse morrido ali mesmo,o sangue quase negro ocupava uma parte da banheira,revelando o motivo do mau odor que ocupava o lugar,seu corpo ja estava aprodrecendo mas ainda era possivel identificar algumas características,o homem tinha uma aparência velha,uma barba e fios de cabelos brancos,seus olhos também brancos podendo ser catarata por conta de sua idade,suas roupas mais pareciam trapos do que roupas em si,o sujeito poderia ser facilmente um mendigo que procurou abrigo no hotel.Dylan leva sua mão à sua boca cobrindo-a para segurar sua vontade de vomitar,era uma cena horrível,e fechava com chave de ouro seus pensamentos sobre aquela noite parecer um filme de terror. Mesmo ele tendo se formado em uma escola militar essa era a segunda vez que via uma cena tão horrível quanto essa,sendo a primeira o assassinato de seus pais. Não suportando mais aquilo ele fecha as cortinas bruscamente e destranca a porta indo de encontro à Max e Stella. Seu rosto estava suando como nunca,cada vez mais gotas iam escorrendo pelo seu pescoço,ao ver seus amigos ali,sentados e despreocupados,com Stella folheando o livro mágico que Luna lhe dera,Max tentando fazer a televisão funcionar,o que pela Sua expressão não estava dando muito certo,Dylan fala com um tom levemente mais alto que sua voz normal,ou seja,muito alto:

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