Capítulo quatro

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Boa tarde meninas!!!!

Mais um capítulo lindinho pra vocês.

Espero que gostem!!

Boa leitura!

Mariana

Que tudo venha assim

no silêncio, devagar,

sem fazer alarde.

Leve como uma folha que cai no outono...

Sai da sala sem olhar para trás. Sentia-me constrangida e nem conseguia entender o porquê de estar daquele jeito. Segui em silêncio no carro que nos conduzia de volta da casa da D. Adelaide. Chegando me despedi das senhoras e fui a feira. Comprei legumes e frutas para a semana, depois voltei a casa. Jânio já havia iniciado o almoço e eu fui para o tanque lavar a roupa que se acumulou durante a semana. D. Rute estava deitada no sofá com as pernas para cima parecendo uma rainha diante dos seus serviçais, no caso eu e Jânio. Depois da minha roupa esfregada e enxaguada tive que ir até a Soberana Rute e pedir humildemente que ela deixasse que eu colocasse a roupa para centrifugar na máquina de lavar, que como ela dizia: "É minha porque fui eu quem paguei" O dia estava nublado e sem centrifugar, aquelas roupas demorariam dias para secar.

Depois do almoço e da casa limpa fui para o meu quarto e me enrolei nas cobertas. Peguei o livro que marta tinha me emprestado e dei continuidade a leitura. Meu rosto chegava a aquecer nas cenas de sexo descrita tão explicitamente pela autora. Marta não queria que eu lesse o livro já Regina apoiava a leitura um tanto libidinosa. O tempo de trabalho juntas nos aproximou, elas sabiam como eu era e em muitas vezes me descreviam como ingênua e inocente, ao contrário delas que eram maliciosas e um tanto depravadas, elas comentavam sobre os clientes do café de forma muito explicita e eu morria de vergonha das coisas que elas diziam. A leitura foi paralisada várias vezes, uma vez que aquele rosto não saia da minha mente. Que mundo pequeno, nunca imaginei que encontraria aquele homem novamente. Seu porte e olhar notável não saiam da minha cabeça.

Na segunda feira fui uma das primeiras a chegar. Corri ligar a máquina de café e colocar meu uniforme e ao voltar para o balcão encontrei as meninas com sorrisinhos e cochichos e olhei a porta do café fechar e só consegui avistar as costas de um homem vestido de terno sair por ela.

— Freirinha, você não sabe o gato que acabou de sair daqui.

— Para de me chamar assim, Regina — Ralhei com ela que ria da minha cara.

— Vocês não têm o que fazer, não?

Sr. Osvaldo apareceu chamando a nossa atenção e voltamos ao trabalho.

Arrumamos os doces, bolos e salgados em seus lugares, higienizamos os vidros dos expositores e a superfície do balcão e mesas. A cafeteria era bem movimentada, devido a estar muito próxima do metro e de vários prédios com salas comerciais. Era um entra e sai sem fim durante todo o dia. Eu adorava meu trabalho, mas precisava ganhar mais, ter benefícios melhores e sair daquela casa.

Uma semana passou, era uma quarta feira cinzenta o movimento estava mais calmo e acabei indo ajudar o Sr. Stenio e os meninos com os acabamentos dos doces e bolos. Eu gostava de fazer aquilo. Picava as frutas e montava os bolos de pote. As tortas cheias de creme e castanhas, o chocolate derretido...

Regina invadiu meu momento mestre cuca dizendo:

— Mari, você tem que ver a beldade que acabou de entrar e está tomando café, queria ser aquela xicara. — Revirei meus olhos para mais um ataque despudorado da minha amiga.

— Não vou ver nada Regina. Estou ajudando o Sr. Stenio.

— Só vai lá dar uma olhadinha. Ele é lindo, Freirinha.

Folhas de Outono ( Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora