Capítulo 4 -
Heyna e seus pais tinham sido acolhidos por uma família em Ukufez. Era composto por um menininho, uma mulher e seu esposo e a mãe da mulher. Heyna tinha explicado o que tinha acontecido e a família os acolheu. Infelizmente a maldição de Heyna era real, ela tinha até a meia-noite para matar dezoito pessoas para se sentir um pouco bem e trinta e seis pessoas para se sentir normal. No dia anterior ela invadiu a prisão e matou trinta e seis prisioneiros, e isso era terrível pois mesmo que tinham cometido crimes, eram humanos. Ela realmente não saberia o que fazer nesta noite, mas ela tinha que pensar em algo rápido.
-Heyna, você poderia acordar o Phofoo para mim? - Perguntou Caris, a mulher da casa.
Phofoo era o menino da casa, tinha seis anos e era super simpático, amava demais seus pais.
A casa era simples, era de madeira, mas uma casa bem arrumada é uma casa perfeita. Genus era o pai de Phofoo e era um ótimo agricultor. Logo Genus e Pacem trocavam ideias sobre plantações durante horas.
Heyna caminhou até o quarto de Phofoo, ela ainda usava o vestido de casamento, graças ao tecido de Lenta ele era bem resistente.
-Phofoo, sua mãe está te chamando, você está acordado já? - Perguntou Heyna
-Hoje não tem aula. - Disse Phofoo sonolento.
-Mas você prometeu ao seu pai ontem que você ia na fazenda com ele esqueceu? - Falou Heyna
-Verdade! Já estou Indo!
Heyna gostava de Phofoo, ele lembrava um pouco de Retter quando era pequeno. A saudade estava sufocando Heyna, mas ela estava aprendendo a lidar como cuidar de sua vida sem seu irmão.
Heyna estava sempre com seu salto alto, e só trocava a roupa para dormir, afinal tecido de Lenta não absorve sujeira e nada do tipo.
-Mãe, eu não vou aguentar mais um dia com essa maldição, como eu vou viver assim? Eu não quero matar mais pessoas!
-Filha, as vezes essa maldição é a chave para um bom futuro, a gente tem uma chance de uma vida normal! - Disse Avaritia
-Como assim vida normal? Vamos ter que viver assim, com pessoas estranhas, sem poder sair na rua e não ter medo de acabar do mesmo jeito que Retter acabou! - Respondeu Heyna.
-Você se esqueceu de Kandeah, Heyna. Hoje é o dia em que Régem mandará os gemêos para que eles criem Kandeah, e se tudo der certo nos mudaremos para lá.
-E o que adianta? Mericar é um criador, ele vai estar lá e vai querer eu morta. Vai desfazer a maldição só para me ver sofrer.
-Duvido que Mericar dure muito no poder de Deus criador, afinal ele logo logo vai querer destruir Kandeah, e Klenthe é muito mais poderoso que ele minha filha.
Realmente fazia sentido, Klenthe viria para Ukufez para pegar alguns humanos e levar para Kandeah, mas como ela iria chamar atenção de Klenthe para que ele a levasse? Como funcionaria a escolha de humanos? Eram muitas perguntas, mas ela prometeu ajudar Caris a costurar algumas roupas. Como a maior guerreira de Cihan pode se tornar aquilo? Uma mulher comum largada em um planeta cheio de pessoas que não querem nada mais nada menos que a morte dela. Quem tinha a enfeitiçado para que ela aceitasse o convite? Com certeza foi o Régem, aquele homem era terrível! Ela queria descobrir o porque de todas aquelas ações dele. Talvez a morte de Yvil, talvez um passado perturbado, qualquer coisa poderia mudar uma pessoa se ela for fraca. Se a pessoa for tomada pela vingança, ela é fraca. Ela queria entender mas primeiro precisaria arrumar um jeito de fugir da maldição.
-Querida, preciso entregar hoje quatorze calças de lá, vamos ao trabalho então? - Explicou Caris.
Heyna concordou com a cabeça e então começaram o trabalho, pararam para o almoço e depois continuaram, até que acabaram. Já era hora de dormir e Phofoo já tinha voltado da agricultura, a vó de Phofoo era professora, saia de manhã e só voltava a noite, ela acabara de chegar e estava exausta, Avaritia já tinha preparado o jantar e todos sentaram para jantar. Até que viram um clarão descendo do céu, um feixe de luz dourada e parou em frente a casa de Caris. Ela foi verificar o que era, Heyna estava com seus leques abertos preparada pra atacar. Mas quando a porta se abriu...
-Heyna! Graças a Deus, achei que você tinha morrido! - Gritou Klenthe.
Apesar dela e Klenthe terem se conhecido a pouco tempo eles já tinham criado fortes laços de amizade.
-É o seguinte, Kandeah foi finalizado hoje, infelizmente meu irmão se virou contra mim - Heyna viu que Avaritia olhou pra ela e sorriu - Tive que criar novos Deuses para me ajudarem com a construção de Kandeah. Eu vim aqui para "criar" os novos humanos moradores de lá, claro que pegamos um asteroide e modelamos no formato de um planeta comum, então já tinha algumas criaturas vivendo lá, mas nada demais. E eu escolhi vocês para que morem lá, Infelizmente eu vou ter que separar uma família da outra, e Heyna, eu sei que já são nove horas e você só tem duas horas e cinquenta e nove minutos até ficar louca por sangue e três horas até o teu corpo começar a doer agonizantemente. Então eu criei uma catacumba com várias criaturas, que na verdade são almas de humanos que eram "vilões" em vários planetas irem para lá, e quando uma alma morre, outra nasce lá graças a um cristal de força que existe na catacumba, preciso saber se vocês topam ir para Kandeah, Caris? - Explicou Klenthe
Heyna nunca tinha se sentido tão feliz na vida, agora que ela iria morar em um novo planeta ela poderia voltar a ser uma guerreira habilidosa, e se fossem os primeiros moradores poderia até ser uma princesa!
Nem precisaram fazer malas, Klenthe teleportou a casa de Caris para uma floresta denominada Harmonia, já Heyna e seus pais foram teleportados até um deserto, chamado de Lehota, e ele explicou que aquele lugar precisaria ter um rei ou uma rainha daquele local, Klenthe disse que Pacem seria o rei, e caso ele morresse o poder passava para Avaritia, e quando eles morressem passaria para Heyna. Já tinha um império formado, era enorme, era quase cinco vezes maior do que a antiga mansão de Heyna. Era um lugar aconchegante. Klenthe disse que próximo daquele local estaria uma terra de neve, Zima, e que eles eram bem rigorosos e pediu para que não fossem lá para causar problemas.
Todos agora tinham um cargo importante, e finalmente Heyna seria a comandante do exército de Lehota, era quase um sonho se realizando.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Guerra de Kandeah - Preparação de Lehota - Livro III
FantasyLados diferentes pra seguir, deuses poderosos e criaturas um pouco agressivas. Belos traços pra iniciar uma guerra. O passado da princesa mais velha de Kandeah será explorado, enquanto no presente ela precisa procurar os mais habilidosos guerreiros...