A Guerra de Kandeah - Preparação de Lehota - Livro III

Os Sonhos e Pesadelos

Capítulo 10

Assim que Heyna entregou os convites a Quon e Badger ela foi para uma área de Gazophy onde vendia comida, ela era imortal mas sentia fome. As comidas de Gazophy era toda focada em frutos do mar, a comida preferida de Heyna era Colorum assado. Colorum era um peixe que podia ser domesticado, mas muitas pessoas não gostavam de domesticar Colorum pois quando ele fica irritado ele libera ondas intensas coloridas que na idade adulta do peixe pode até causar queimaduras de segundo grau em alguém. Mas apesar disso era um peixe delicioso e ótimo para dar energia a qualquer ser humano que precisasse. Heyna pediu um Colorum frito num restaurante chamado "Fritos do Mar!" e se sentou numa mesa de madeira pintada de laranja. 

Uma dor de cabeça terrível estava tomando conta dela, ela fechou os olhos para tentar amenizar a dor, e quando abriu os olhos estava em um lugar frio, paredes cinzar e grandes, celas para todos os lados, e ela escutou um barulho de gota de água caindo. Ela não sabendo onde estava resolveu seguir esse barulho, e deu de cara com um homem, os cabelos laranjas. Ele estava sentado, as mãos estavam por volta das pernas, fazendo ele parecer um quadrúpede a cabeça estava virada para o lago esquerdo, a boca aberta e cheia de dentes, e ele estava babando. Quando notou a presença de Heyna deu uma risada que ecoou pelas paredes daquele local. Atrás daquele ser estava parada Avaritia e Libida sorrindo também. 

-Senhora, senhora? A senhora está bem? - Dizia um homem olhando para Heyna que sem perceber estava gritando. 

-Sim, desculpe só tive um pesadelo terrível. - Respondeu Heyna tentando sorrir. 

-Aqui está seu Colorum frito, não precisa pagar, é por conta da casa.

Heyna agradeceu e ficou pensando o que seria aquele ser terrível? Seria outro pecado que logo ela enfrentaria? E onde aquele lugar ficava? Eram bastante perguntas e todas sem respostas. Heyna apreciou o prato que tinha pedido e depois seguiu para fora de Gazophy para seguir sua missão. E passando por umas ruas ela viu uma placa, dizia: "Desvende seus Sonhos aqui! Prevejo o futuro também". Heyna resolveu ir lá, só para ver se aquela pessoa que dizia desvendar sonhos falava algo com sentido. 

A sala era estranha, vários incensos espalhados pela sala, cada um com um aroma diferente. As portas na verdade eram várias cordas amarradas e com bolinhas para não ver o que há ao outro lado. Velas acesas e um tapete azul com várias almofadas. Mais para frente tinha uma mulher com um turbante na cabeça, e alguns cabelos cacheados para fora do turbante. Seus olhos eram azuis, e ela sorria para Heyna. 

-Bedjikoom Dajklijaoa - Disse a moça. A voz dela parecia muito com uma cobra.

-Perdão? - Disse Heyna.

-Você sabe Heyna, todos os continentes tem sua língua própria e também falam a língua Kandeahna. Bedjikoom Dajklijaoa é Bom Dia na língua de Gazophy. - Disse A mulher. - Meu nome é Videns, sou a cartomante de Gazophy. 

-Como sabe meu nome? 

-As cartas estão mostrando seu nome, Princesa. - O Azul do olho de Videns parecia estar cada vez mais azul. - Veio aqui desvendar um sonho Heyna?

-Tive um sonho, na verdade eu nem tinha chegado a dormir, estava com uma dor de cabeça e só fechei os olhos. Mas quando abri eu estava em um lugar frio, enorme e cheio de celas. E tinha um homem, nem sei se aquilo era um homem. Ele usa as mãos por trás dos pés fazendo um nó nas pernas, ele parecia um quadrúpede e estava com uma boca cheia de dentes, ele estava babando e atrás dele estava minha mãe e outra mulher. 

Videns então pegou umas cartas que estavam na mesa, juntou todas e mandou Heyna embaralhar e tirar cinco cartas do baralho. 

-Vamos lá Heyna, vamos revelar as cartas que aqui estão. A primeira carta significa... - Ela virou uma carta, era uma espécie de ilha, mas era um casarão enorme. Era da mesma cor da parede do sonho de Heyna. - Unk, Unk é a prisão de Kandeah, guardada por um Semi-Deus chamado Clavium. Lá ficam vários prisioneiros e a prisão é quase impossível de fugir. Só um homem e uma mulher fugiram, Haigo conseguiu fugir com a ajuda de Psychic. Os dois estão foragidos. Esse é o lugar de seu sonho. Unk. Próxima carta significa... -Ela virou outra carta, a imagem era de um monstro grande lutando contra um homem de arco e flecha. - A carta da batalha, significa que o homem do seu sonho, é um grande inimigo seu. A próxima carta... - E virou uma carta que era um homem num barco remando a algum lugar. - Significa que você deve ir atrás desse homem. 

-CHEGA! - Gritou Heyna.

Algo a tinha deixado muito irritada, ela deu um chute na mesa de Videns, arremessando tudo para trás. Heyna jogou cinco golides no chão e saiu para fora do local, mas antes escutou Videns falar.

-Seu marido querida, você precisa parar ele antes que seja tarde de mais.  

Heyna não sabia por que estava tão irritada, mas ela não queria continuar naquele lugar. Mas ela estava muito tentada a ir para Unk, se aquele homem que ela viu no sonho era um pecado, com certeza era a Gula. Heyna não sabia onde ficava Unk, mas ela queria muito ir para lá.

Como todo ser humano vivo de Kandeah, Heyna também tinha um SemiPatro e um DeusPatro. Tabulae era seu Semi e a DeusPatro dela era uma mulher, com cabelos castanhos e um manto peludo nas costas, uma roupa comum na frente e quando ela queria saber quem era essa mulher ela nunca conseguia. Mas agora não interessava quem iria ajudar ela, ela então tentou invocar Tabulae, sua tentativa foi em vão. Com os olhos fechados ela implorava por Tabulae, mas nada acontecia. Quando ela abriu o olho ela estava em outro lugar, estava num lugar cheio de barro, e no chão estava desenhado uma espécie de mapa, e ela viu que tinha um H no canto inferior do mapa, e uma linha diagonal quase perfeita (exceto por algumas curvas) estava um G. Aquilo seria uma dica? Ela então olhou para frente e viu aquele ser de novo, dessa vez ele tentou atacar Heyna, mas ela acordou do sonho.

-Se isso for o mapa até você Gula, eu estou indo, e pode ter certeza que não terei piedade com você. Heyna então matou uns monstros que ela tinha trazido e depois desenhou em um pedaço de papel o mapa até o lugar onde supostamente estava a gula.