A Guerra de Kandeah - Preparação de Lehota - Livro III

A Carta de Sainan

Capítulo 12

Assim que Heyna saiu de Unk ela resolveu seguir em direção a Dormand para entregar o convite do torneio de minérios a uns moradores de Dormand, Ossium parou na entrada da ilha, e Heyna seguiu até o hospital de Sainan, queria ver como ele estava. Seguiu uma rua com várias pessoas usando seu "Tênis de Velocista". Um Tênis desse era capaz de fazer uma pessoa deslizar pelo chão a até 70km/h. Sainan deu um para Fênix quando ela era pequena, e ela deslizava pelas areias. Lembrar de Fênix deixava Heyna com os olhos a beira d'água. Ela seguiu até ver o letreiro do hospital de Sainan, e entrou. Não tinha mudado nada, era lindo e aconchegante, a última vez que Heyna foi visitar Sainan, tinha uma mulher bem simpática trabalhando de atendente, mas pelo visto ela já fora demitida, ou tinha morrido sei lá. Ela se dirigiu até um homem de cabelos azuis e disse: 

-Olá, o Sainan se encontra?

-Olá senhora, você tem que pegar a senha para ser atendida, tem outros na fila. PRÓXIMO! - Respondeu o homem.

-Eu sou a esposa dele, e exijo falar com ele. 

O homem olhou para ela, com um cansaço enorme nos olhos.

-Sainan deixou o hospital nos cuidados do Senhor Oneal. Se quiser falar com ele, você sabe onde fica a sala.

Heyna seguiu então em direção as escadas rolantes do hospital, odiava os elevadores do hospital do Sainan pois não eram transparentes, então isso causava a ela uma sensação bem estranha. Ela seguiu pelo corredor branco, vendo robôs para todo lado, e pessoas chorando pois provavelmente tinham perdido alguém. 

Até que finalmente chegou na sala do Oneal. Oneal era o antigo administrador do hospital, a família de Oneal, os Guzman, já foram donos do Sainan's uma vez, e foi terrível. Eles vem de Ploxti então não são acostumados com a tecnologia de Dormand. 

Ela bateu três vezes e escutou uma movimentação, e o menino abriu. Devia ter uns dezoito anos, não mais. Era novo demais, usava o jaleco do hospital, não soltava de um tablet e seus cabelos castanhos eram bem rebeldes.

-Olá, o que posso fazer pela senhora?

-Meu nome é Heyna. Sou esposa do Sainan, o que aconteceu com ele?

Oneal olhou para ela e sorriu, depois disse:

-Ele sempre fala da senhora, você deve ter a minha idade! Mas tudo bem, para o amor não tem idade não é mesmo? O senhor Sainan disse que teria que sair a viagem de negócios, não disse pra onde ia, já faz umas duas ou três semanas, nem sei para te falar a verdade. Ele só estava com um olho bem roxo quando veio falar comigo, ele tinha acabado de fazer uma cirurgia num homem chamado Vindice Caestus, esse homem estava acompanhado de sua esposa Venatrix Peccator Caestus. Só sei disso. 

Heyna sabia quem Venatrix era, sua neta. Venatrix não sabia da existência da sua avó, depois da morte de Fênix,  Vena foi cuidada por um homem da policia e ela tinha se tornado caçadora de recompensas. Sainan mesmo sem falar direito com a menina dizia que não gostava dela, dizia que a culpada de Fênix e disse que era melhor que nem ele nem Heyna aparecesse e falasse sobre sua existência. Heyna assim fez, afinal saiu uma ou duas vezes de Lehota ao todo. 

-Você foi bem útil, senhor Oneal.  - Respondeu Heyna.

Ela então saiu para fora do hospital, ela sabia que Vena morava em Ploxti, mas ela não tinha tempo para procurar Sainan, ela tinha uma missão para cumprir. Olhou a lista de Guerreiros e viu que magicamente mais um nome tinha aparecido lá, X3. Quem diabos era X3? Ela já tinha lido a lista milhares de vezes e nunca tinha visto X3 escrito lá, claro que era um nome bem curto, e com certeza não era um nome, e sim um codinome. Depois ela pensava nesse tal de X3, logo perto do hospital ficava a casa da senhora com um gato. Realmente estava escrito Senhora com um Gato na lista, o que será que Schanken tava pensando? Alguns guerreiros ele colocou endereço, outros não. Incrível! Ta de parabéns Schanken! Mas não adiantava pensar nas burradas de Schanken agora. Ela só foi na casa da senhora e bateu três vezes, ninguém atendeu. Ela bateu de novo e nada. 

Enquanto ela batia desesperadamente na porta da senhora ela sentiu estar sendo observada, e ao virar pra trás viu uma espécie de portal de fogo se fechando. E quando olhou para trás viu um homem, por um momento levou um susto, mas depois viu que era Oneal. 

-Que susto garoto! O que você quer? 

-Vi você batendo na porta da Senhora Chinsinsi, elá ta no hospital, tem algo para ela? 

-Sim, tenho essas cartas do torneio de minérios, ela foi convidada, aliás você conhece alguém chamado X3? 

-X3 é um homem que trabalha no hospital Sainan's comigo, ele é o provedor de segurança contra invasores tecnológicos do local por que?

-Tem isso pra ele também, entrega pra mim. 

-Eu não vim aqui só pra isso, Sainan deixou isso caso você aparecesse. - E entregou uma carta a Heyna, e depois saiu andando. 

"Cara Heyna, eu peço perdão pelo que vou acabar de realizar. Graças a você me tornei o melhor ser humano que podia ser, mas eu nunca fui uma pessoa boa. Quero agradecer pela filha linda que você me deu. Eu estou carregando comigo uma culpa muito grande, eu ainda acredito que não deveria ter deixado nossa filha namorar aquele cozinheiro do castelo, ou até mesmo pedir a benção para Livy a deixar grávida. Assim que ela ficou grávida nasceu Venatrix, e para proteger Venatrix nossa filha se matou. Mas na verdade a causadora da morte foi Vena, então eu que não consigo mais carregar essa culpa comigo, vou matar Venatrix. Não adianta me procurar meu amor, você não vai me achar. Eu te amo muito.

Com amor

Sainan"

Heyna leu aquelas palavras e ela quase vomitou, não sei o que estava acontecendo com ela mas ela precisava mesmo procurar Sainan, mas não podia. Tinha uma missão a cumprir e iria com ela até o final. Algo dentro dela dizia que Venatrix não ia morrer. Heyna sabia que Vena tinha uma filha, Heyna prometeu a ela, que assim que acabasse a missão iria visitar a neta, e contar tudo. Desde o começo, mas agora ela só tinha que rezar para que Klenthe não permita que Vena morra, ou a filha de Vena. Heyna seguiu até a casa do outro guerreiro e foi entregar a carta para ele, depois sentou em uma praça para reler a carta de Sainan, ela não acreditava no que ali estava escrito.