Capítulo 11

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Era estranho parar pra pensar em como as coisas tem o poder de mudar de forma tão drástica de um ano para o outro, enquanto no ano passado eu e minha irmã tínhamos a vida dos sonhos, onde nossos pais nos davam de presente aquilo que a gente quisesse, e a escola estava aos nossos pés esse ano, ela era uma mãe solteira cujo pai do filho havia morrido, meus pais tinham se divorciado e mamãe tentava se equilibrar entre as dívidas que ela mesma criava e seu desejo de se manter em relevância perante aos seus amigos do alto escalão da cidade.

O mais estranho de tudo isso era pensar que toda vez que eu lembrava de como a minha vida era perfeita eu sentia como se estivesse assistindo a um filme, ela não parecia minha vida parecia a vida de outra pessoa, eu me sentia tão completamente diferente da Betty Cooper do ano passado que era difícil entender como aquela vida e aquelas coisas conseguiam me deixar feliz.

Eu acho que depois que você se quebra da forma que eu me quebrei é bem difícil conseguir juntar todos os pedaços. Apesar de ir visitar a Polly em Thornhill sempre que eu tinha vontade eu sentia que não éramos mais tão próximas, a vida de Polly estava seguindo um caminho bem diferente do meu, e nossos assuntos e realidades já não se cruzavam mais, e barriga dela já estava começando a aparecer e ela estava a cada dai mais linda e reluzente. Conforme prometido os Blossoms estavam realmente se empenhando em fazê-la ter uma gravidez calma e agradável sempre a suprindo com tudo o que ela precisava, até Cheryl que era conhecida por ser implicante se derretia ao ver a barriga de minha irmã.

Era fácil de notar que os gêmeos de Polly iriam nascer em um lar feliz e cheio de amor, apesar de ser bizarro imaginar os Blossom e feliz na mesma frase. Deixando meus preconceitos de lado eu conseguia ver o quanto os Blossom eram unidos e lutavam pelos seus. Essa era uma coisa que eu invejava. Na minha família parecia que somente eu e Polly eramos parentes, nossos pais mesmo na nossa melhor fase sempre pareciam estar mais focados em suas próprias vidas do que nas nossas.

E por mais que mamãe pegue no meu pé e viva reforçando que faz o que faz para eu não cometer seus mesmos erros, eu sei que no fundo ela só tem medo de eu manchar a imagem imaculada que ela demorou tanto tempo para construir.

Depois de minha briga com Veronica eu sabia que a minha vida na escola seria ainda pior, ela com certeza ia fazer suas minions espalhar algum tipo de fofoca sobre mim, somente para eu saber que era ela quem estava no poder agora. Isso tudo parecia tão imaturo e infantil para mim, talvez a Betty do ano passado iria ficar triste por não ser a mais popular ou a mais querida da escola, mas a Betty desse ano só quer que a escola por fim termine.

Caminhei até o espelho e soltei um longo suspiro, mais um dia estava começando e eu verdadeiramente não sabia se teria saco para enfrentar a Veronica mais uma vez, torci mentalmente para que ela já tivesse me deixado pra lá, e abri meu guarda-roupas em busca de algo para vestir.

Nenhuma das minhas roupas pareciam ser minhas, eu sentia que nada daquilo representava quem eu era, ou o que eu queria ser. Apesar de nem eu mesma ter as respostas para isso eu conseguia entender que aquilo certamente não era eu.

Resolvi dar uma olhada no guarda-roupa de Polly, talvez ela tivesse alguma roupa que poderia me agradar. O abri e depois de procurar por alguns minutos encontrei uma calça estilo destroyed e uma blusinha preta com botões, a vesti e apesar da calça ficar levemente folgada e bem diferente do estilo que eu costumava usar me senti satisfeita. Voltei para o meu quarto, fiz cachos nas pontas do meu cabelo, calcei um sapato oxford preto e passei meu batom vermelho, como mamãe já havia saído para sua aula Yoga eu sabia que não teria problemas. Dei uma olhada no espelho e fiquei satisfeita com o resultado mas, fiz uma nota mental de sair para comprar roupas novas. 

Garoto Errado (Bad Guy)  | Jughead JonesOnde histórias criam vida. Descubra agora