2.

144 20 4
                                    

Alison DiLaurentis

Anos haviam se passado, eu não tinha notícias de Emily. Na época eu tinha dezoito e ela vinte, nos dias atuais ela tinha vinte e cinco. Já era mulher madura, racional, e isso fazia eu me questionar: ela me deixaria apenas com uma carta e sumiria sem dar notícias?

Durante cinco anos eu li e reli aquela carta e quis desvendar através de cada letra o sentimento real de Emily e o motivo pelo qual ela fazia aquilo comigo. Estávamos na melhor época de um relacionamento; os frios na barriga, os sorrisos bobos e aquele sentimento bom que começa a se instalar no coração e que mexe com a mente. Captei sinais de que era recíproco, e ainda ouvi cochichos dela no telefone com a melhor amiga, o meu nome tinha sido citado e em algum momento eu ouvi a palavra "surpresa".

Talvez a surpresa fosse aquela que estava em minhas mãos após ela ir embora.

Eu vivi cinco anos indecisa entre me deixar viver os romances que a vida pôs em meu caminho (mas que não passavam de passatempo sem um mínimo de sentimento), ou procurar por ela e finalmente descontar toda minha indignação e raiva por ter sido deixada de uma maneira tão injusta e covarde como aquela. No entanto, mesmo que eu quisesse, não era tão simples. Não foi simples e eu sempre soube que não seria. Eu poderia percorrer de leste a oeste ou norte a sul no mapa, conhecendo o tamanho da esperteza de Emily, eu só a encontraria se ela quisesse que eu encontrasse.

Era perda de tempo. E talvez nem valesse a pena tanto esforço, mas eu precisava encontra-la. Eu precisava pelo menos fazê-la engolir aquele papel.

[...]

- Emily, Emily... -- murmurei para mim mesma, reconhecendo, finalmente, o local onde ela havia tirado uma foto e postado em sua rede social, que após três anos, ela voltou a usar. -- Que deslize...

Enquanto ainda olhava a tela do celular, notando a feição um pouco mais adulta da antiga jovem por quem me apaixonei loucamente, eu deslizava minha mão sobre minha cama, procurando ali a chave do meu carro.

- Ou será que você quer que eu te encontre?

Era a opção mais provável, uma vez que, aparentemente, a cínica esteve na mesma cidade que eu durante todo esse tempo.

Mas, eu estava decidida. Antes de sair, com a chave do carro em mãos, caminhei até a porta e abri rapidamente a minha bolsa, me certificando de que o papel que em minutos eu enfiaria na goela dela, estava ali dentro.

With love, Emily Fields - Emison Where stories live. Discover now