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Alison DiLaurentis

Segurando firme as mãos no volante, rangi os dentes enquanto um filme inteiro daquela época passava por minha cabeça. E era inevitável eu perguntar a mim mesma o porquê dela ter feito aquilo. Não houveram brigas, nem qualquer tipo de conflito. A gente se desejava, só queríamos a companhia uma da outra.

Quando começou a dar errado daquela maneira?

Apesar de toda a fúria que me carregava até a mulher que eu odiava e amava na mesma proporção, o medo e ansiedade também percorriam em mim, em meus olhos que estavam cheios de lágrimas e em meu lábio, vítima de fortes mordidas minhas ao tentar conter o grito que eu queria dar.

Eu que esperei tanto por aquele momento, me sentia mais incapaz a cada quilômetro rodado. Me sentia mais amedrontada. Além do mais, eu sentia receio de que eu fosse vista como a louca e paranóica que procurou a ex "namorada" por cinco anos após ser rejeitada. Quanto amor próprio, Alison...

Eu já estava a mais de cento e sessenta por hora, e eu pisava no acelerador sem muita importância dos finos que eu dava em outros carros em meio ao Zig e zag na avenida movimentada de Nova York. Sim, eu temia encara-la cara a cara, porém eu sentia a necessidade de encontrá-lo logo. E então, eu entendi o que era isso. Soltei as mãos do volante e bati com força, desviando minha atenção da via até meu retrovisor, e me olhando no espelho, vi naquele reflexo a idiota que no passado chorou tanto por alguém e que tinha prometido jamais virar refém novamente.

E lá estava eu, indo de encontro a ela movida também pela saudade.

Mas, estava cedo. Não seria aquele dia. Eu não iria surpreende-la e muito menos fazê-la engolir aquele papel. E eu nem tive tempo de lamentar por isso, pois o impacto rápido e forte no meu carro, e as voltas e voltas que ele deu enquanto caía barranco abaixo, só me fez pensar uma coisa:

É o fim para mim.

With love, Emily Fields - Emison Where stories live. Discover now