6.

83 17 1
                                    

Alison DiLaurentis

Algumas semanas já haviam passado desde meu acidente. Eu já estava me acostumando ao meu apartamento, começando a me familiarizar com toda a mobília (mesmo que, aos poucos), e eu também já estava me tornando um pouco mais próxima de Spencer. Vez ou outra, Hanna e Aria, duas amigas minhas, vinham com Spencer para meu apartamento. Eu ainda não lembrava delas, porém, estava aprendendo a ter um afeto por elas. Pude ver o esforço de ambas, elas não tinham culpa se eu não lembrava, então tentei me esforçar também.

Em relação a Jessica e Kenneth, a coisa não estava evoluindo na mesma proporção. Por morarem distante e aparentemente terem vários negócios para darem conta, não tínhamos nos visto desde o dia no hospital. Jessica me ligou algumas vezes, mas não conversamos mais do que quinze minutos; ela sempre se lamentando por não estar perto, pois Kenneth fazia questão de sua presença no trabalho, e só achava viável viajarem em algum feriado. Fiz o possível para tranquiliza-la, pois isso me deixava extremamente e estranhamente aliviada.

Com o passar dos dias, fui conhecendo melhor a minha antiga vida, desde as minhas comidas preferidas, até a minha conta bancária. Fiquei impressionada com quantos números à direita havia nela, e pude entender o porquê de meu pai levar tanto à sério seu trabalho. No entanto, mesmo impressionada com aquilo, decidi que não gastaria o dinheiro. Eu não queria ser uma vagabunda! Será possível que eu não tinha mesmo nenhum emprego?

Inconformada, liguei para Spencer, enquanto eu andava de um lado para o outro na minha sala, de frente para um janelão de vidro, dando a vista de New York.

- Hey Ali! Aconteceu alguma coisa? -- ela parecia sonolenta.

- Spencer, eu tinha algum emprego? -- olhei meu relógio de pulso. -- Spencer, são três da tarde, você estava dormindo?

- Querida, você é mestre em dormir meio dia em ponto. E isso justifica o fato de você não ter um emprego. Mas, por que?

Franzi o cenho, não me imaginava sendo alguém tão largada.

- Eu vivo às custas dos meus pais? -- falei em um tom de incerteza, quase uma ofensa.

- Não leve ao da letra, Ali. Na verdade, o que eles te dão é por direito seu.

- Não entendi. Você quis dizer mesada?

Ela riu.

- Alison, deixe-me mudar as palavras... Talvez você tenha um emprego... digo, um passatempo? Você serve ao seu pai na parte gráfica da empresa, sabe? Todo mês tem um slogan novo com divulgação de algo, você ajuda na arte, coisas assim. Mas, não é nada que te tire do conforto da sua casa, e nem que exija um trabalho extra, pois você ganha melhor que eu para fazer essas besteiras.

- Uau! -- parei para pensar alguns segundos, eu não me imaginava fazendo nada criativo, e muito menos meu pai me pagando uma fortuna por cada serviço. -- Obrigada, Spen.

- Você não deveria ficar pilhada com isso. Muita gente queria estar em seu lugar.

- Cada louco com sua loucura. Preciso ir, até mais!

Encerrei a ligação e fui trocar de roupa. Estava na hora de ir procurar um emprego novo.

With love, Emily Fields - Emison Where stories live. Discover now