O Diário da Perdida - Vol 1

Capítulo 13

Foi um banho muito animado, devo dizer. Mas ao sair do banheiro, me deparar com o corredor vazio fez-me arrepiar com temor, pois passaria na frente do meu quarto. E passei. "Voando". Mas, antes que entrasse no quarto de meus pais, ouvi:

- Não vai escapar de nós, amiguinha.

Entrei ignorando-o, querendo acalmar minha alma que se agitou e o meu coração que apertou.

- Venha querida. Deite-se. - Mamãe chamou-me. Aninhei-me ao seu corpo já deitado na cama espaçosa e aconchegante e logo senti suas mãos delicadas em meus cabelos e logo fui levada pela escuridão, não de medo, apenas do sono. Naquele quarto, eu tinha a sensação de tranquilidade mesmo estando confusa. Me sentia em casa e não mais perdida. O ar leve e estável acalmou minha alma e eu respirava e tentava absorver Aquela Paz que eu tanto precisava.

***

Fui despertada por sussurros durante a madrugada. Meus pais com certeza estavam orando. Mas, eu não conseguia dormir novamente.
Sentei-me em silêncio, tentando não desconcentrá-los e olhei ao redor e me assustei ao ver na porta do quarto o líder dos parasitas com uma expressão de ódio e raiva direcionada aos meus pais que estavam ajoelhados no chão de mãos dadas. E quando olhei-os, vi que estavam acompanhados por outra pessoa que dançava entre eles, com movimentos fortes e intensos. Essa pessoa olhou e sorriu em minha direção e fez um passo com as mãos que parecia explodir luz. E neste momento, apareceu mais cinco pessoas alvas que fizeram uma outra roda ao redor de meus pais, com as mãos estendidas sobre eles. E depois surgiu um ser alto, forte e cabeludo que aparentava ser um guerreiro . Ele foi em direção a porta, desembaiando a espada que estava em sua cintura, a deixando apresentada ao inimigo raivoso, como quem dá um aviso silencioso.
Mas, em puro deboche, o demônio me encarou sorrindo e piscou um de seus olhos, antes de dar as costas e voltar para o meu quarto. O guerreiro fechou a porta e caminhou em minha direção, e ao ficar próximo soprou em meu rosto fazendo-me adormecer. E eu senti que estava protegida, mas entendi que a guerra era minha. Eu vi e ouvi a luz :

- VENHA!

- Mateus 11:28 ;

Apocalipse 22:17