MÃE

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Após todos se apresentarem houve uma festa de comemoração onde todos se divertiram até o sol aparecer no céu outra vez.
Queria poder dizer que também me diverti da forma que todos pensaram mas a minha mente só estava no Shawn, em como ele não está bem.
Descobri que o meu noivo e ele possui uma richa de anos atrás mas só fui descobrir agora por conta da porcaria do TheSun.

Estou sentada no banco da praça perto do hotel, pensando no que fazer e a incerteza dentro de mim só aumentava, a dúvida do que fazer

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Estou sentada no banco da praça perto do hotel, pensando no que fazer e a incerteza dentro de mim só aumentava, a dúvida do que fazer.
A única pessoa que poderia me ajudar está a milhares de distância e provavelmente dormindo mas eu estava tão sufocada que sentia que o ar em meus pulmões a qualquer momento iria se dissipar.
Resolvo ligar e torcer para não incomodar.
- Oi filha. -ouço a voz que sempre foi o meu refúgio.-
- Ei mae, a senhora estava dormindo? -pergunto enrolando a barra da minha blusa.-
- Não se preocupe com isso, aconteceu alguma coisa?? -tinha preocupação em sua voz e eu me sentia um incômodo.-
Penso em desligar, não quero preocupar ninguém e nem estragar o sono dela, isso não é algo tão importante que não possa esperar, eu acho.
- Nada demais, eu ligo outra hora, de preferência quando for dia aí no Brasil. -e lá estava eu fugindo.-
- Para de frescura! -posso sentir que ela vai perder a paciência comigo.-
- Eu não quero te incomodar. -insisto na mesma tecla.-
- E desde quando receber ligação dos meus filhos é um incômodo? -ela bufa em alto e bom som.-
- Dos seus filhos? Diego anda te ligando no meio da madrugada também? -solto uma risada ao imaginar a cena.-
- Papai de primeira viagem, qualquer coisinha que acontece com o Heitor ele me liga. -posso imaginar um sorriso em seu rosto ao me contar isso.- Mas não fuja do foco, que é você.
- Está tudo bem, mesmo. -encolho os ombros, mesmo que ela não pudesse me ver.-
- Eu te carreguei por 9 meses dentro do meu ventre, então não me venha com desculpas.
- Eu algum dia consegui esconder algo da senhora? -sorrio balançando a cabeça em negação.-
- Pode ter certeza que não! -ela solta um riso baixo.-
- Eu não sei o que fazer. -depois de uma pausa resolvo continuar.- O que a senhora faria se tivesse que escolher entre ajudar um amigo e a sua carreira?
- Ele é seu amigo de verdade? -não digo nada pois sei que ela não acabou.- Daqueles que se você precisasse de alguém para esconder um corpo morto ele ajudaria?
- Sim. -rio alto do seu exemplo.-
- Então ele é importante pra você? -essa pergunta carregava um peso com ela.-
- Sim, claro! -digo sem exitar.-
- Então você já tem a resposta. -fico em silêncio tentando ajeitar tudo que ela havia acabado de falar.- Eu te ensinei muitas coisas importantes durante a sua criação e uma delas foi que no final, a única coisa que importa é o amor ao nosso redor e, não menos importante o "e se..."
- O importante é fazer algo que não faça o "e se eu tivesse feito aquilo" me perseguir durante o sono. -falo me lembrando de mais uma das suas frases.- Mas eu não consigo parar de pensar.
- Talvez o erro esteja aí! -ela fala usando exclamação.- Pensar demais faz com que escolhemos a opção segura, a que nos deixe na zona de conforto e não a que nos agrada e que talvez nos faça feliz de verdade.
- Mas psicólogos não podem se envolver em casos de amigos ou familiares, isso é contra a ética da nossa profissão. -umedeço os lábios e continuo.- Como a senhora é mãe, amiga e esposa sem se envolver?
- Filha. -ela suspira fundo, puxando todo o ar.- Você tem que entender que nem tudo que aprendemos na faculdade precisa ser levado ao pé da letra.
- Então eu posso me envolver? -pergunto confusa.-
- Não exatamente. -ouço o barulho da televisão e imagino que ela já não esteja mais no quarto e sim na sala de TV.- Vou te dar dois pequenos exemplos.
- Ok. -ajeito a minha postura, ficando mais ereta.-
- Quando aconteceu aquilo tudo com o Lucas você ficou abalada. -ouve uma pausa da sua parte, provavelmente ela estava esperando que eu surtasse igual antigamente mas como eu continuei em silêncio ela prosseguiu.- Você não queria sair de casa, comer e nem receber visitas dos seus amigos, Demi e Dylan ficaram sentados na porta do seu quarto esperando o momento em que você abrisse ela. Talvez eu soubesse o que fazer para te ajudar a passar por tudo aquilo mas não podia, a sua dor era a minha, eu estava envolvida emocionalmente com tudo aquilo, por isso procuramos uma boa psicóloga.
- Doutora Márcia foi uma ótima psicologa. -falo me lembrando das consultas de rotina que tive com ela durante algum tempo.-
- Sem dúvidas. -ela concorda.- Agora, o segundo exemplo. Quando você me pedia conselhos sobre sentimos, nos tínhamos uma conversa de mãe e filha, não de psicóloga e paciente.
- Ainda não entendi. -pergunto mais confusa do que antes -
- É simples. Você não vai deixar de ajudar ninguém mas você vai saber o exato momento em que não vai conseguir fazer isso sozinha e vai precisar de ajuda.
- Então eu posso ajudar esse meu amigo sem perder o meu diploma?
- Claro! Sempre aconselhei vocês e o seu pai e nem por isso perdi o meu.

SELENA GOMEZOnde histórias criam vida. Descubra agora