Cárcere Real

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                                     Dorian Mackenzie

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                     Dorian Mackenzie

    —Alteza, está na hora de levantar. O rei o espera. -ouvi a voz de Aaron distante.

    No segundo seguinte fui tomado por uma claridade que invadia meu quarto e incomodava meus olhos. Abri-os sem ter noção de onde estava.

    —Que horas são?

    —9:30 da manhã. O rei permitiu que descansasse depois das comemorações de ontem à noite.

    —Claro, o rei controla até minha respiração, ao que parece...

    Aaron me olhou com apreensão, queria saber se eu levantaria naquele segundo ou ficaria mais meia hora fazendo birra. Não estava com vontade de atordoa-lo ainda, então me sentei na cama, passando a mão sobre o rosto na tentativa de arrancar os resíduos de sono e preguiça que estavam impregnados em mim.

    Me pus de pé e no mesmo momento os lacaios -como meu pai costuma chamar-, me despiram e conduziram para o banho. Fui limpo e vestido sem levantar um dedo sequer, como todos os intermináveis dias que passo nesse palácio.

    Quando voltei ao quarto, minha mesa de café da manhã já estava posta apenas esperando para ser devorada, o que não pensei duas vezes antes de o fazer. Sempre ouvindo Aaron, meu braço direito, recitar toda a programação do dia. Nunca entendi porque continuava fazendo isso se meus dias eram uma espécie de looping.

    —Duquesa Rossette deseja uma reunião íntima com o senhor.

    —Adelaide? O que ela há de querer comigo?

    —Não sei, talvez sobre a filha? -Aaron sorriu. —Senhorita Aurora tem falado do senhor pelos corredores do palácio. Muito bem, por sinal.

    "Assim como todas as moças nobres que moram no palácio", pensei.

    Ela poderia querer. Vamos ser sinceros, qual garota nunca sonhou em se casar com um príncipe e viver em um castelo? É torturante passar os dias indo e vindo de corredor em corredor, de sala em sala e ver sorrisos e cortejos, cumprimentos e olhares, sabendo que nada daquilo vai se firmar pela simples razão de que o príncipe está com a cabeça a prêmio. Tenho certeza que nenhuma delas gostaria de ter que viver se escondendo e procurada por uma coisa que o marido fez no passado. E ainda por cima duvido que algumas delas tenha sequer coragem de tomar decisões por si próprias.

    Meu pai, ainda assim, me mantém a salvo da forma que pode, mas não sei quanto tempo isso vai durar. As notícias correm rápido e a França está atenta a cada movimento do rei, apenas esperando um deslize e ter a oportunidade de me ver enforcado em praça pública.

    Ainda assim, as moças com quem convivi no palácio, tentam a cada momento, chamar minha atenção do jeito que podem e se tornar a tão prestigiada "amante do príncipe".

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