A Troca

Capítulo 6

Tomei um gole de água, limpando o suor da minha testa com as costas da mão.

Desde que Tenten avisou que as gravações seriam em poucos dias, Shisui e eu não paramos de ensaiar para o videoclipe. Passávamos praticamente metade do dia no estúdio de casa ensaiando os passos.

Agora, com um dia sobrando, devo dizer que já estou no meu limite.

O lance com a dança é que você precisa estar relaxado para fazer um bom trabalho. O problema é, como relaxar quando seu corpo precisa estar colado ao corpo sexy e levemente suado do seu ex, supergostoso, namorado?

Resposta: impossível.

Por que? Simples. Em algum momento, durante os ensaios, a porcaria da dança me deixou... digamos... quente.

E estava ficando cada vez mais difícil me impedir de agarrar aquele Deus grego e...

-Mais uma vez? - A voz de Shisui me tirou do meu devaneio. Olhei para ele e concordei com a cabeça.

Tomei mais um gole de água e me levantei, deixando a garrafa em cima do sofá onde estava.

Fui até o moreno e alonguei um pouco os braços.

-Certo, vamos lá. - Shisui apertou o play antes de jogar o controle do som no sofá.

A batido começou e Shisui me puxou pela mão para o meio da sala. Ele começou a cantar junto, se mexendo ao ritmo do som.

Até aí, tudo bem. Movimentos simples, sem contado... Fácil.

Mais alguns passos básicos e ele me levantou, me abaixando devagar dois segundos depois, sempre mantendo o contato visual.

Quando chegou o refrão, os movimentos ficaram um pouco mais elaborados...

Pulei em seu colo, num movimento em que eu fiquei basicamente sentado em sua coxa. Minhas mãos estavam em volta do seu pescoço, e as dele, uma estava na minha cintura e a outra segurando firme a minha coxa... nossos rostos a poucos centímetros de distância. E, droga, foram os três segundos mais longos da minha vida.

A música continuou e, novamente, estávamos colados um no outro, quando eu o puxei para perto, suas mãos deslizando pela minha cintura até parar na curva da minha bunda.

Mais alguns passos, e eu estava de costas para ele, meu quadril colado ao dele, minhas mãos em sua bunda, as dele na parte da frente das minhas coxas. E, droga, ele estava duro. Mordi os lábios e continuei dançando, ignorando esse fato.

Chegamos na parte da música em que a letra cessa e fica só a batida. Essa é a parte que me preocupa.

Suas mãos deslizaram pelo meu corpo, erguendo um pouco minha camisa.

Girei, me afastando, e ele me puxou de volta. Ergui minha perna direita, enganchando em seu quadril e envolvi seu pescoço com os braços e ele segurou minha perna.

Minha boca estava a dois centímetros da dele. Minha respiração acelerou, enquanto eu olhava fundo em seus olhos. Ele passou a língua no lábio inferior e eu liguei o foda-se.

Eliminei o espaço entre nós, colando meus lábios nos dele, num beijo afoito, necessitado.

Minha mente ficou em branco e eu mal ouvia a música ao fundo.

Senti uma superfície dura nas minhas costas e me dei conta de que estava prensado na parede, minhas pernas envolvendo a cintura do moreno.

Paramos o beijo para recuperar o folego e eu aproveitei para me livrar das nossas camisas.