-Naru, está com fome? - Balancei a cabeça, negando. A ruiva na porta do meu quarto suspirou e veio se sentar ao meu lado na cama. - Fale comigo, querido. Estou preocupada com você.
-Eu to bem, mãe. Sério. Não se preocupe - Ela me olhou incrédula e suspirou.
-Você está dizendo isso a três dias. Mas quando meu filho aparece na minha porta no meio da noite, chorando, e se tranca no quarto, fica difícil acreditar que ele está bem.
Abaixei a cabeça, abraçando o travesseiro no meu peito, e funguei. Comecei a chorar outra vez e minha mãe me abraçou.
-Amar é uma droga. - A ruiva esfregou minhas costas e esperou eu me acalmar um pouco antes de voltar a falar.
-Não o ouço falar assim desde que você e Shisui terminaram. Isso tem a ver com ele, não é? - Concordei com a cabeça. Ela suspirou. - Me conte o que aconteceu, ursinho.
Respirei fundo e contei a ela tudo o que aconteceu, começando com o fim do meu noivado a três anos atrás.
Ela ficou irritada quando soube que eu fingi ser o Menma por tanto tempo, e prometeu que meu irmão e eu seriamos castigados mais tarde. Medo.
Ela foi estranhamente compreensiva com Shisui. Fiquei um pouco chateado, mas eu até que entendo. Ela o ama como um filho. O dia em que ficamos noivos, acho que foi um dos mais felizes de sua vida. E quando rompemos... foi quase tão devastador para ela quanto para mim.
-... então eu liguei para o Men, disse que iria embora, e vim para cá. - Terminei a história, encarando o poster dos Beatles na parede branca.
-Entendo. Quando vai perdoa-lo? - Olhei para ela, sobrancelha arqueada.
-Quando? Não quer dizer "você vai"? - Ela riu.
-Oh, não, não, querido. Eu quero dizer "quando". Nós dois sabemos que você não consegue fiar com raiva de alguém por muito tempo.
-É diferente dessa vez, mãe. - Ela segurou minhas mãos e olhou em meus olhos.
-Não, não é.
-Por que diz isso? - Ela sorriu.
- Por que você o ama. Eu sei que está magoado, e sei como dói quando a pessoa que você ama não confia em você, mas querido, você precisa decidir se quer desistir de vocês e de tudo o que viveram juntos ou se você quer dar outra chance a ele.
-Se arrepende? - Ela me olhou confusa. - De não ter dado outra chance ao papai? - Ela hesitou um momento.
-Não, eu não me arrependo. Quando seu pai foi embora, eu não fui a única abandonada. Eu o perdoei por me deixar, mas nunca vou perdoa-lo por deixar você e seu irmão. - Suspirei e deitei a cabeça em seu ombro, abraçando sua cintura.
-Eu quero dar outra chance a ele... a nós. Eu só não sei se consigo fazer isso agora.
-Bom, ninguém disse que tinha que ser agora. É uma decisão importante, leve o tempo que precisar, meu amor.
Ela beijou minha testa e saiu do quarto, me deixando com meus pensamentos.
***
-Deixe-os se perguntarem como chegamos tão longe, porque eu não preciso me perguntar nada... - Abaixei o violão e modifiquei algumas notas na partitura em cima da cama. A porta do meu quarto abriu e fechou logo depois, quando eu peguei o violão de volta e dedilhei mais algumas notas.
-Oi. - Não precisei olhar para cima para saber quem era.
-O que quer, Menma?
-Saber como está. - Ele se sentou na ponta da cama. - Você mal saiu do quarto nos últimos dias. Sasuke, Gaara e Tenten estão começando a se preocupar.
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A Troca
HumorLição de vida: Antes de aceitar fazer um favor para o seu irmão, certifique-se de que seu ex não esteja envolvido. "Que merda, Naruto. Por que diabos você não perguntou a droga do nome da banda antes? Idiota, idiota, idiota. Eu vou matar o Menma." A...