Sin Miedo - Ohanitta

Você recusaria?

Eu tenho 21 anos, moro com meus pais e meu cachorro.

Fazia faculdade de publicidade, mas tranquei o curso a alguns meses atrás quando meu pai teve uma infecção pulmonar, larguei tudo para me dedicar a minha família que é minha única herança.

Meu pai ficou durante dois meses internado, e a única fonte de força da minha mãe naquele momento tão difícil era eu, eu a matinha de pé assim como ela fazia comigo.

Com muito amor e cuidado nós nos dedicamos a recuperação do meu pai e tenho certeza que todo esse amor o tornou mais forte para passar por aquilo, ele não estava sozinho.

Hoje, quatro meses após meu pai receber alta posso dizer que nossa família segue mais unida do que nunca.

Eu estou sempre aqui para meus pais e eles caminham comigo independente do meu destino. Me apoiam em tudo na minha vida e me mostram os perigos de determinadas escolhas, eles me alertam sobre as rasteiras da vida, e em como as pessoas podem nos decepcionar.

Mas eles também me ensinaram, que mesmo eu passando por situações como essas eu não devo me deixar abater ou me sentir num poço sem fim, os obstáculos sempre vão aparecer mas cabe a cada um de nós saber supera-los.

Mantendo o meu verdadeiro eu, sei que consigo enfrentar qualquer obstaculo e seguir em frente!

Prezo muito pela minha essência e não vou permitir nunca que alguém roube isso de mim!

Por isso tento diariamente descobrir quem eu realmente sou, tento saber indentificar o que é supérfluo na minha vida para deixa ir.. E é o que eu tenho feito ultimamente.. Estou deixando ir tudo aquilo que me prende no mesmo lugar, que não me permite evoluir, ou que não me trás progresso.

Hoje é um dia que eu acordei disposta a esquecer tudo de negativo que carrego no peito, coisas assim só fazem mal para quem sente, e isso é de uma regressão tão grande que pode destruir uma vida. Quero viver de forma leve e deixar a vida fluir naturalmente sem forçar nada.

As coisas estão fluindo tão bem esses dias que tenho um leve receio do futuro, mas isso somente a Deus pertence.

Os pensamentos rodeiam minha cabeça de forma descontrolada, não paro de pensar no desafio que vou enfrentar hoje a tarde.

Sei que é uma grande oportunidade pra mim, mas tenho que manter meus pés no chão.

Primeiro que existe grandes chances de eu não passar nesse teste, segundo que Arielle deixou bem claro que essa vaga é provisória, e terceiro que é o pior de todos... Meu ex namorado Bruno é integrante desse mesmo ballet, fico imaginando se eu passo nesse negócio, como será nossa convivência? Após o nosso termino não tivemos nenhum tipo de contato, eu exclui ele das minhas redes sócias, por mais que prometemos um ao outro continuar como amigos eu não queria me manter inteirada da sua vida pessoal.

- Iai filha ta nervosa? - Minha mãe me tira dos meus pensamentos após entrar no meu quarto sem eu perceber.

Ontem após a ligação de Arielle eu tive um pequeno surto que ocasionou em meus pais aparecerem em meu quarto desesperados pesando que tinha acontecido alguma coisa comigo, eu contei para eles tudo que tinha acontecido durante o final de semana e sobre o convite de Arielle pra mim. Eles ficaram muito felizes com a noticia, principalmente meu pai que ama quando eu danço, ele sempre diz que sou sua princesinha dançarina pois vivo me requebrando pela casa para tudo que vou fazer, isso desde pequena.

- Não diria nervosa, mas sim ansiosa mãe - falo olhando na sua direção.

Eu que estava deitada olhando para o teto, me sento na cama com perna de índio e ela senta de frente para mim.