Solidão

11.4K 516 2K
                                    

Hinata estava em seu quarto, olhando para o teto, ela pensava no quanto já havia perdido.

Quando a guerra acabou, Hinata estava feliz, haviam vencido, e ela atuado do lado do "amor de sua vida", mas com o tempo, ela foi se sentindo mais e mais vazia. Seu brilho começou a escorregar de suas mãos.... Entende?

Não demorou muito, ela percebeu que o buraco em seu coração era ocupado por Neji, mas agora ele estava morto. Morto por causa dela.

Uma culpa se apoderou da Hyuuga, o peso em suas costas dobrou de tamanho. E nem Naruto conseguia mais anima-la.

O primo a amava, e ela o amava também. Mas a perolada só foi perceber isso, quando já era tarde de mais.

Hinata virou a cabeça para o lado, e viu que horas eram. 6:00, hora de levantar.

Hoje fazia 2 anos desde a morte de seu primo, e ela faria exatamente igual ao ano anterior. Faria companhia a ele o dia inteiro, e dormiria ao seu lado.

Alguns pensariam que é loucura, tanta devoção a um morto! Mas para ela, era o mínimo que podia fazer, depois de todo o sacrifício que ele fez para ajuda-la. Ele deu sua vida para que ela continuasse viva, o mínimo que poderia fazer, era usar sua vida para ficar ao lado dele.

Hanabi, irmã mais nova de Hinata bateu na porta.

-Hina-neesan! Vai.... Sair hoje?

-Hanabi... Você sabe pra onde eu vou.....- A mais velha disse, sem mover nem um musculo.

-Mas Hina-neesan! Você nunca mais ficou comigo! A única coisa que faz é ficar fazendo companhia a Neji! E ele nem tá vivo!- Hanabi estava cansada disso, ela sentia falta da irmã.

-Hanabi, saia daqui, me deixe em paz.... -Hinata não estava bem, principalmente hoje, todos os sentimentos negativos estavam vindo com mais intensidade.

-Como quiser..... -A mais nova percebeu o pesar na voz da outra.

Hinata suspirou, se levantou e andou com passos lentos até seu armário. As roupas novas de missão eram bem bonitas, mas Neji não estava mais aqui para ve-las.

Colocou uma roupa qualquer. Sem se preocupar muito. Penteou seus cabelos longos, estava pensando seriamente em corta-los, Neji gostava de seu cabelo curto.

Saiu do quarto com sua mochila nas costas, foi andando até o cemitério. A florista a deu bom dia, e lhe ofereceu flores de graça, já era acostumada com a presença da moça.

-Ohayo Neji-nissan. O dia está lindo, não é? Ela olhou para o céu com um olhar triste.

Hinata se sentou na grama, e uniu as mãos, como se rezasse. Tirou um pote de dentro da mala, abriu a tampa. O aroma de Soba (lamen com peixe) invadiu as narinas da perolada. Haviam dois hashis.

-Neji, trouxe sua comida preferida.... Eu que fiz.....- Uma lágrima silenciosa escorreu pelo rosto da Hyuuga.

Ela levou a comida a boca, sentiu o gosto agradável que fazia o primo a elogiar quando preparava o prato.

-Não vai comer?- Ela disse com um fio de voz. Hinata mantinha a esperança de que talvez ele visse todo o seu sofrimento, e voltasse para ela.

Ela continuou comendo em silêncio, focando seu olhar na lápide do primo. Hyuuga Neji, era um nome muito bonito, significava "parafuso". Realmente, Neji era o parafuso que mantinha sua cabeça funcionando. E agora que esse parafuso não estava mais alí, as engrenagens estavam soltas e espalhadas.

O dia passou, e a perolada passou a maior parte do tempo em silêncio. Simplesmente melhorando o ambiente com sua beleza. A noite chegava, e ela já havia montado seu "acampamento". Sentada em cima do colchão, ela fechou os olhos e apreciou a brisa fina que bagunçava sua franja.

TomorrowOnde histórias criam vida. Descubra agora