No fim somos iguais

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A Hyuuga não gritou, na verdade, nem gemeu. A marca ardia em sua testa mas ela prometeu a si mesma que aquelas pessoas não mereciam nem mais uma palavra sua. Deixou as lágrimas escorrerem pelo rosto, e mordeu os lábios, tentando se distrair. Inútil, afinal, nunca tinha sentido uma dor física maior que aquela, nem durante o exame chunnin, nem na luta contra o Pain. Sua cabeça toda latejava e a marca ardia mais que fogo em sua testa, sentia sua visão ficando mais turva a cada instante, e seu corpo ficar mais quente. Sentia como se fosse morrer e estava até desejando isso, não aguentava mais aquilo.

A tia sorria, mas não parecia satisfeita, queria ouvi-la gritar. Em quanto isso, Boruto tentava evitar aquele brilho descomunal que insistia em chamar sua atenção. Queria ver o rosto da prima, talvez chorar junto com ela, mas não podia, seria um covarde se fisesse isso.

Logo que a luz verde parou de brilhar,Yukina pediu ao filho que soltasse a Hyuuga, e que voltaria apenas mais tarde, saindo pela porta.

-Me desculpe por isso,por ela. - Hinata percebeu o arrependimento na voz do rapaz e decidiu falar, com muito esforço.

-A.... Culpa não é sua B-Boruto... Eu não te culpo, por isso n-não pessa desculpas.... - Sua garganta ardia mais a cada palavra, mas não queria ver o primo sofrer por sua causa.

A perolada sorriu minimamente e se apoiou no azulado até conseguir deitar na cama dura que lhe foi oferecida.

-Quer água? Alguma coisa?

-Adoraria, mas.... Sua mãe provavelmente ficaria irritada, não quero causar mais problemas a você.

-Não seria um incomodo.

-Eu não quero, obrigada.

-Se é assim, vou deixa-la.... - Avizou, com a esperaça de que ela o pedisse para ficar.

-Pode ir. - Respondeu, olhando para o teto.

Esperou o mais novo sair.

-Nossa Neji-nissan, essa marca machuca mesmo.... A primeira coisa que vou fazer como lider vai ser tirar isso da cabeça das pessoas, desejei morrer, sabia? Doi demais. - Confidenciou, e disse a verdade.

Passou em silêncio pelas proximas horas,na verdade, não sabia se eram horas, minutos, ou segundos... A noção de tempo era nenhuma naquele lugar, dormia quanto tinha sono, mas não sabia se era de dia ou de noite, na verdade nem se importava.

Passado certo tempo, a tia adentrou o quarto com uma cunai em mãos, a qual ela girava com divertimento.

-Tia.

-Hinata. Poderia fazer o favor de se prender alí? - Disse, sorrindo e apontando para a parede de antes.

-Claro Tia. - Acentiu, com um sorriso minimo no rosto, oque deixou a velha bastante curiosa.

Hinata algemou os próprios pés e uma mão, deixando a outra para baixo, a chacoalhando de leve, sinal para que a mais velha a ajudasse.

-Ah, claro. - Disse, sorrindo com escárnio.

Agora presa, a Hyuuga se perguntava mentalmente oque Yukina faria com ela. A cunai mostrava que provavelmente ela se machucaria, e aquilo íria doer. Doer muito. Mas não tanto quanto sua cabeça tinha ardido a momentos antes.

-Bom, vamos começar - Anúnciou, sorrindo.

A perolada não respondeu, ficou olhando para o corte leve e superficial que a mulher fez em seu tornoze-lo. A saia deixava tudo aquilo mas fácil. Involuntariamente,a morena franziu o cenho, não queria que aquilo fosse devagar, quanto mais rápido melhor. E parecia que a tia sabia muito bem disso.

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