Eu sempre quis tantas coisas, mas tudo parece tão pequeno agora...Eu não sei se estou morto ou apenas desacordado, se meu estado de letargia é normal ou não. Não sei se o que faço é respirar ou me afogar, pois a dor é grande demais. Mas doer significa viver, não é? Eu estava vivo afinal, não estava? Mortos não sentem, ou pelo menos é isso que eu espero, pois morrer deveria significar algum tipo de alívio, e não uma eterna tormenta.
Eu não deveria me sentir assim, mas é desagradavelmente inevitável, tentar sorrir para todos ao meu redor, quando tudo o que sinto é um grande vazio que dói e me sufoca o tempo inteiro. Eu não me sinto completo nunca, nem quando ele está comigo. E eu devia me sentir, afinal, ele me completa, de uma maneira tão assustadora e absurda que eu preciso fechar os olhos com força para voltar à realidade cada vez que ele sorri.
Jeon Jungkook é o nome do meu maior problema, e também dono dos meus raros sorrisos. O moreno fica lindo enquanto sorri e fala besteiras com os amigos, fica lindo estudando e mais ainda quando está sério por algum motivo. Pelos deuses, como alguém consegue ficar bonito até com a cara amassada de sono? Ele é a droga do amor da minha vida, o cara com quem eu tenho a droga de uma ligação e o cara que me ignora completamente desde o dia em que nos ligamos por acaso, com um simples encontrar de olhos.
Droga, como ele conseguia?
Eu consigo sentir na pele os seus olhares, sinto seu cheiro de longe e qualquer irritação que passe por ele é um incomodo. Eu sinto tanto aquele garoto que as vezes eu não sei se quem respira sou eu ou ele. Ridículo, isso é o que sou, assim é como me sinto. Jungkook me afeta tanto que as vezes a morte parece uma solução tentadora...
Mas não, eu preciso continuar, e, se ele vive bem sem mim, porque comigo deveria ser diferente?
Será que eu terei que pedir para ele como é possível? Pedir se é necessário algum treinamento para ignorar alguém de forma tão formidável?
Mas como eu faria isso se eu nunca falei com ele de qualquer forma? Isso é ridículo, eu sou ridículo e é por isso que ele finge que eu não existo, porque eu sou a droga de um cara qualquer, magro demais, pálido demais, baixo demais, rabugento demais. Eu sou o pior ômega do mundo, portanto a ignorância do mais novo me irrita, mas não me surpreende.
Paro com meus devaneios quando ouço meu despertador tocar. Era hora de acordar e até isso me decepcionava - mesmo não tendo dormido muito durante a noite. Ainda estávamos na terça-feira e a faculdade não esperaria por mim, eu tinha que correr.
Me arrumei com pressa, tomando um banho em cinco minutos e logo correndo até o ponto de ônibus, conseguindo pegá-lo por pouco - muito pouco mesmo. Sentei num banco ao fundo e coloquei meus fones, evitando qualquer tipo de contato que algum ser humano poderia querer comigo tão cedo da manhã.
Eu estava acostumado com a rotina: faculdade, aulas de canto, apartamento vazio. Era sempre a mesma coisa desde que fui expulso de casa com 16 anos. Desde então aprendi a me virar, mesmo sendo a droga de um ômega. A droga de um ômega que era a vergonha da família - que seguia uma linda e pura linhagem de alfas lúpus e que não aceitou bem um simples ômega como herdeiro. Acharam melhor me deserdar e fingir que eu nunca existi.
Mas tudo bem, eu ainda tinha meu melhor amigo que desde sempre me ajudou, mesmo quando fui expulso de casa com apenas uma certa quantia de dinheiro para me virar por um tempo – um tempo que estava acabando, por sinal.
Cheguei à universidade e segui a pequena multidão de pessoas que entrava calmamente pelos portões procurando pelo meu amigo de cabelo colorido, que se destacava facilmente entre os demais.
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Close to you
FanfictionJIKOOK - ABO UNIVERSE - +18 Jimin sofre por ser ignorado pelo alfa com quem teve uma ligação. Jeon Jungkook era o nome do seu maior problema, mas não o único. Afinal, um ômega expulso de casa precisa se virar como pode para não ser atacado por aí e...