Capítulo 2

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Capítulo 2

Como esquecer o inesquecível?

Como ser feliz sem uma parte de si?

Uma semana se passou desde a última vez que vi Jungkook de perto. Eu tenho a mania de fugir dele, algo que é maior do que eu. É insuportável seu cheiro por perto, por isso prefiro me manter afastado (assim como ele faz comigo – há muito mais tempo que eu).

Acordei antes do despertador. Era segunda-feira novamente e eu tinha um dia corrido pela frente, afinal, eu precisava de um emprego e precisava também começar o primeiro estágio da faculdade, que seria em uma escolinha com aulas até a 4ª série. Eu sempre amei crianças, então o estágio estava me deixando bastante animado, mesmo com todos os problemas que acumulei nos últimos meses.

Resolvi sair mais cedo de casa e não pegar o ônibus de sempre para ir caminhando para a faculdade. Em minhas mãos estava uma pasta com várias cópias do meu pequeno currículo que eu planejava distribuir nas lojas locais, já que arrumar algo longe além de perigoso para um ômega poderia ser um desperdício de dinheiro, pois eu não podia pagar uma grande quantia em passagens de ônibus por mês.

Após distribuir os papéis em algumas lojinhas em que eu conhecia as vendedoras, passei na frente do mercadinho que ficava no meio do caminho entre minha casa e a faculdade e vi uma placa de "estamos contratando". Sorri para o escrito e respirei fundo, aquele emprego tinha que ser meu de qualquer forma.

Abri a porta e um sininho extremamente irritante tocou e eu limpei a garganta enquanto notava o alfa que estava no caixa lendo uma revista qualquer. Ele parecia apenas um pouco mais velho que eu e estava completamente entediado ali.

- Com licença... – pedi baixinho, sendo ignorado pelo outro. – Senhor? – falei um pouco mais alto, finalmente ganhando a atenção do garoto.

- Bom dia? – disse ele, deixando claro a pergunta: o que diabos você quer comigo a essa hora da manhã?

- E-eu vi a vaga de emprego ali fora e bem... eu preciso de um emprego. – me senti um tolo assim que as palavras saltaram da minha boca. O quão idiota eu havia parecido?

O cara me olhou de cima a baixo e cheirou o ar, torcendo o nariz logo em seguida.

- AMOR! – ele gritou, me fazendo dar um pulinho idiota no lugar pelo susto.

Logo um outro rapaz, extremamente bonito por sinal, passou pelas portinhas do fundo e bateu na cabeça do cara do caixa.

- Kim Namjoon, eu já disse para não berrar aqui! Você quer assustar todos os clientes? Idiota! – gritou ele, um tanto mais alto do que o primeiro. Tentei não rir da cara do alfa, que parecia um tanto menos amedrontador daquele jeito assustado.

- Desculpe amor, mas esse cara quer o emprego. – falou o tal de Namjoon apontando na minha direção. Me curvei em sinal de respeito e senti minhas bochechas corarem por ser analisado pelos dois mais velhos.

- Qual é o seu nome criança? – perguntou o cara bonito.

- Park Jimin. – falei ainda com a cabeça baixa.

- É maior de idade? – continuou ele me olhando de forma estranha.

- Tenho 21... – respondi enquanto eles continuavam me encarando, agora com as bocas abertas.

- Como assim? Com essa carinha? – foi a vez de Namjoon questionar.

- Carinha? – indaguei ficando irritado. Eu odiava me sentir indefeso, pequeno, novo, ou qualquer um desses adjetivos que me fazia parecer ainda mais um ômega.

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