Metidas, arrogantes, riquinhas, esnobes, egocêntricas, frescurentas, mimadas, intocáveis...é assim que descrevem Dafne, Chloe, Isabela e Vick, o popular grupinho das patricinhas do colégio.
Idolatradas e odiadas por muitos, elas mandam e desmandam e...
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Por Leonardo:
Hoje vou fazer o teste para entrar no time de futebol. Eu deveria estar ansioso para isso, ou talvez devesse tirar mais alguns minutos do meu precioso tempo em que estou fazendo nada, para treinar mais um pouco. Mas não. Simplesmente estou sentado na arquibancada sozinho, apenas observando o campo onde irei realizar o teste daqui a duas horas mais ou menos.
Meu cérebro está agindo como uma câmera velha e confusa, passando imagens de tudo o que aconteceu no ano passado. Foi tudo tão rápido.
Por instinto, olhei ao meu redor para ter certeza que estou sozinho. Abri minha mochila e procurei dentro dela algo que eu trouxe especialmente hoje para me torturar. Meu Diário. Não costumo chamar assim porque não escrevo nele diariamente, só faço anotações de acontecimentos relevantes, de coisas que realmente me marcaram. Mas ainda assim, é um Diário.
O encontrei no meio dos livros desnecessários que trago todos os dias pra escola, pela simples preguiça de retira-los da bolsa. Passei a mão pela capa, me lembrando do dia em que a Dafne o encontrou na minha gaveta e quase o leu. Tenho certeza que ela não ficaria tão feliz em descobrir algumas coisas sobre mim assim.
Passei as páginas até chegar na que eu queria, escrevi em agosto do ano passado. No dia em que parei de ser trouxa - ou tentei - , passando a enxergar as coisas como elas realmente são.
"19 de Agosto
Hoje o Trevor fez uma festa surpresa pra mim. Apesar do meu aniversário ter sido ontem, como teve um jogo importante não tivemos tempo de sair pra comemorar. E nas palavras dele mesmo, não é todo dia que se completa 17 anos. Não é todo dia que se completa 18, 19 e 20 anos também...nunca gostei de festas. Mas esse ano seria diferente. E eu nem imaginava qual seria a minha verdadeira surpresa de aniversário nesse ano.
Quis matar meu melhor amigo, quando cheguei em casa e vi quase a escola inteira acomodada na minha sala, desejando aos berros o Feliz Aniversário. Só me tranquilizei quando Thifany veio sorrindo até mim e, passando os braços ao redor de meu pescoço, desejou os parabéns juntando nossos lábios em um beijo demorado e gostoso. Como eu amava minha garota. Sim, amava, no passado.
Quando Thifany se soltou de mim, Trevor apareceu atrás dela para me dar um abraço apertado e desejar os parabéns. Murmurei entre dentes que meus pais não gostariam nada de ver toda aquela gente lá em casa, mas ele respondeu que tinha conversado com eles para liberarem a casa por essa noite.
Tudo certo. A festa em si começou a acontecer, com direito a muito bebida, música alta e joguinhos idiotas. Eu me preocupei em conversar com cada um que estava ali, mesmo já estando enjoado de tanta falsidade. Eu sei que todos só estavam comigo por conta do dinheiro e da popularidade, ninguém se importa realmente se estou gostando da festa ou não. Eu resolvi não beber, queria estar sóbrio para não ter problemas depois. Por outro lado, em pouco tempo já tinha gente caída no chão de tanto álcool no corpo.
