terapia escrita

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{texto que fiz para minha psicóloga depois de ter perdido a terapia por vezes de propósito}

Eu me sinto mal, sempre... Mas, ultimamente, isso tem piorado. Eu não consigo mais segurar; é como se uma imensa muralha negra se erguesse como uma cela ao meu redor, uma muralha inconstante, prestes a cair.

Eu sinto que eu preciso de algo que eu não sei o que é, eu sempre sinto, parece que eu sempre preciso...
Estou fugindo constantemente das coisas que quero, dos amigos, mesmo que eles ainda sejam "possíveis amigos" ou "antigos amigos", da minha família, da igreja, da escola, dos cursos, da terapia... Contudo, é algo velado, sabe? Eu não penso: "Eu vou fugir disso agora!", eu simplesmente fujo... Eu penso: "Eu posso fazer isso daqui a pouco...", "Dá para resolver isso depois.", "Dá tempo de fazer isso antes de sair...", "Eu consigo fazer isso antes de ter que ir, é só ser rápida."; no fim eu sempre acabo procrastinando para fazer as coisas que me levam a mim, que revelam a cerca de mim, que me põe em contato com meu eu, com minhas verdades... Estou fugindo das coisas que me expõe ao mundo. Fugindo por medo, medo de mim, medo do que as pessoas pensam de mim, medo do que eu posso fazer...

Parece que tudo que gira em torno do meu eu é capaz de me ferir, eu não quero fazer isso, eu estou me esforçando para não ser assim, só que é como se eu não estivesse sob meu próprio controle...

Eu estou desgovernada, assustada, amendrontada, estou correndo de mim mesma; fingindo que busco me achar, a todo momento eu tento me distrair de mim usando a maneira mais viável do momento, ela nem precisa ser lógica, só tem que ser possível... Eu não quero fazer isso, mas é difícil para mim, sabe? É difícil agir normalmente com tudo isso, é difícil enfrentar, é difícil apenas ser eu...

Não digo o eu de agora quando falo sobre meu eu, falo a eu corajosa e sátira que não se encurvaria a ninguém seja lá quem fosse, eu estou encolhida, recolhida aos cantos... Chorando por qualquer mínimo acontecimento e correndo de todos os possíveis.
Eu não quero ser assim, mas as coisas já saíram do meu controle, a diferença é que agora eu não sei como voltar como das outras vezes e eu nem se quer quero (tentar voltar), você deve saber: eu odeio falhas, principalmente as minhas; elas fazem eu me sentir burra e vulnerável e eu odeio esses papéis designados para o universo feminino, eu odeio me sentir assim e não sei como escapar disso...

(Eu não consigo parar!)

meu emaranhado de eusOnde histórias criam vida. Descubra agora