Capítulo Três

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Só mais cinco minutos e eu sou liberada. — Penso enquanto olho para a porta. Essa foi uma semana difícil para mim. Depois do meu último encontro com o Sr. Clark , decidi esquecer o que aconteceu naquela casa, naquele fim de tarde. O problema é deixar de sonhar com ele. Eu até tento, mas não consigo. E toda vez que eu fecho os olhos ele está lá. Secando-me com seu olhar possessivo.

— Pode ir, Liza. — Diz Sr. Collins. Eu abro a porta e caminho apressadamente. Quero livrar-me desse uniforme horrível. Quero me livra das tarefas pesadas, quero cair na cama e tentar ter um sono decente. Sem o Sr. Clark é claro.

E pensar que tudo aquilo poderia ser evitado. Eu poderia ter evitado? Não, claro que não. Eu quis tanto quanto ele. Aperto a têmpora esquerda de tanta raiva. Agora ele vai pensar que eu sou uma completa...

Esse pensamento aterroriza-me. Ele vai contar para todos os amigos e agora os amigos dele vão querer fazer o mesmo comigo? Droga! Onde eu fui meter-me. Por que eu desejar o que eu não posso carregar. Isso sempre acontece comigo. Primeiro o Zack e depois Sr. Clark.

Toda voz que eu penso no seu sobrenome, uma voz poderosa diz: Pode me chamar de Danniel.

Balanço a cabeça tentando esquecer a voz. Só então reparo que já estou do lado de fora prédio. Atravesso a rua e paro diante do meu carro caindo aos pedaços. O seu estado é deplorável. Não sei como ele sobreviveu por quase duas gerações.

Algo pressiona levemente o meu ombro. Eu viro-me e encontro o sorriso de Zack cintilando para mim. Escoro-me no carro e tento manter a minha cabeça sobre controle.

— Você me ouviu chamar? — questiona ele, escorando-se no carro, bem ao meu lado. Eu coloco as mechas rebeldes do meu cabelo atrás de minha orelha.

— Desculpa, eu não ouvi. — respondo em um tom decrescente até a minha voz sumir. Ele sorri novamente e eu quero morrer por causa disso.

— O que vai fazer agora? — questiona-me. Eu entorto a cabeça para um lado e olho atentamente para o prédio diante de mim.

— Não sei. — respondo em um profundo suspiro. — Talvez ir para casa, tomar um banho e dormir. — completo.

Ele suspira.

— Isso parece ótimo, mas você não vai fazer isso. — diz ele. Eu volto meu rosto para encontrar o seu.

— Não? — ecoou. E ele assente descolando-se do carro e para na minha frente.

— Vamos tomar um sorvete? — ele questiona-me.

Eu sacudo a cabeça em discordância.

— Eu estou cansada, Zack. — respondo.

Ele umedece os lábios e fixas seus olhos em mim. Eu abaixo a cabeça involuntariamente. Ele agacha-se para encontrar o meu rosto escondido pelas sombras.

— Vamos. — diz ele puxando-me. Minha mão cola com a dele. E mesmo eu oferecendo um pouco de resistência, ele continua me puxando rua abaixo.

Paramos de frente a uma soverteria. Nós entramos na mesma e paramos diante do balcão. Zack encosta-se nele.

Ele analisa-me de forma estranha e logo em seguida morde lentamente o lábio inferior.Droga! Ele está fazendo isso! Pare, Zack, por favor.

Ele sorri, como se tivesse ouvido o meu pedido mental.

— Então chocolate? — diz ele. E eu sacudo a cabeça. — Eu sabia. — ele completa como se essa fosse uma boa novidade, mas não é.

Depois de alguns segundos de espera, recebemos nosso sorvete. Eu começo a dar ligeiras lambidas no meu sorvete, que está delicioso.

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