13 lições de um sexólogo

Melhores amigos e propostas

Correndo pelo estacionamento

Ele me perseguiu e não queria parar

Agarrou minha mão, me empurrou para baixo

Tirou as palavras da minha boca

Peguei você

Peguei, peguei você

Hoseok ainda sentia suas mãos tremerem mesmo quase uma hora depois de ter visto a carta em sua porta. Tentando livrar sua mente do looping em que estava aparentemente preso, tudo parecia um grande pesadelo. Era como se apenas aquele pedaço de papel conseguisse lhe teletransportar para a sua infância em Daegu a qual se dividiu entre sua casa e a casa do Min.

Desde pequeno o sonho de Hoseok era ter irmãos mais novos, porém graças a problemas que sua mãe teve durante a gravidez não foi possível realizar tal desejo, por isso quando conheceu Yoongi e sua família o Jung se sentiu em casa. Entretanto esse sentimento não durou muito. A casa do Min era perfeita, aos olhos dos outros, contudo somente quando as pessoas se encontravam entre as quatro paredes podiam visualizar o ambiente opressivo que existia ali.

O Jung lembrava-se perfeitamente do olhar de Jungsoon para Yoongi, a forma como a cobiça parecia escrita em seus olhos. Com o passar dos anos e o advento da adolescência, além do simples olhar Jungsoon passou a tocar, abraçar excessivamente e demonstrar amor a todo momento, porém não da maneira natural.

Entretanto o ápice de tudo foi naquela noite de dezembro. Fazia pouco mais de uma semanas o primeiro semestre da faculdade havia começado adjunto a ele vieram as semanas de festas onde os calouros eram apresentados aos veteranos e assim sucessivamente porém tanto Hoseok quanto Yoongi combinaram de não ir em forma de protesto, ou apenas uma desculpa esfarrapada por não terem conseguido um par a tempo. Era sexta feira a noite quando a campainha da casa Jung tocou, naquela altura todos os estabelecimentos de Daegu já estavam fechados e os habitantes permaneciam recolhidos em suas casas, por isso foi uma grande surpresa para Hoseok quando ao abrir a porta deu de cara com Yoongi, parado com uma expressão vazia.

O Min não falou nada, também não havia necessidade, seus olhos marejados foram o suficiente para seu melhor amigo decifrar que algo grave havia de ter acontecido. Hoseok não hesitou momento algum em abrir espaço para que o Min adentrasse sua casa, levando-o para o seu quarto onde o mais velho permaneceu por mais de três dias em estado de choque.

Yoongi não falava, pouco comia e só tomava banho graças a Hoseok. O estado do ômega mais velho era deplorável, e nada parecia ajudá-lo, nem mesmo quando o Jung tentou falar consigo ou pedir para que lhe contasse o que havia acontecido. O único ruído expressado pelo Min era durante a noite quando em meio aos pesadelos acordava em sobressalto, gritando desesperado por ajuda como se todo o corpo lhe doesse, porém tão rápido quanto esses surtos começavam eles logo cessavam arrastando mais uma grande onda de silêncio.

Depois de três dias SunHee, mãe de Hoseok, preocupada com Yoongi exigiu a presença de um médico, visto que não havia maneira de levar o Min no estado em que se encontrava para um hospital e mesmo achando que seu melhor amigo era quem deveria contar algo o Jung aceitou sem pestanejar a solução da mãe.

Contudo foi uma grande surpresa quando o Min entrou em um estado de choque ao ver um homem, alfa adentrar o quarto do amigo. Yoongi já estava fragilizado, preso em suas próprias memórias e sentimentos que formavam uma espiral sufocante sobre si, não precisava ser um gênio para entender que Yoongi não conseguiria suportar ter de ver um alfa desconhecido adentrar seu quarto e tentar tocar em si, mesmo que somente para examiná-lo