13 lições de um sexólogo

O que fazemos por amor

Mantive tudo aqui dentro

E mesmo eu tendo tentado, tudo desmoronou

Era surpreendente ter de encarar como as coisas se deslocam e mudam em nossas vidas a partir de uma única decisão. Todas as pessoas já passaram por momentos onde perguntou-se qual foi a escolha que lhe levou até onde está hoje. Segundo a lei de Murphy - um adágio ou epigrama cultural do ocidente - "tudo que pode dar errado, dará"; mesmo sendo uma visão pessimista da ação universal não deixa de ser uma verdade aparentemente irrefutável.

As demonstrações da lei de Murphy são diversas em nosso dia a dia, por exemplo quando você está precisando ir a um lugar e simplesmente tudo parece convergir para atrasar-te. Yoongi conhecia o adágio de Murphy, contudo era difícil não impedir-se de repassar todo o dia tentando achar, sem sucesso, o ponto no qual errou. Se tivesse saído mais cedo, ou quem sabe nem ao menos saído, talvez não estivesse sendo arrastado para o carro do seu pior pesadelo

Yoongi permanecia estático quando Jong Soo abriu a porta do carro e jogou-o de qualquer forma no bando do passageiro em seguida entrando do lado oposto.

Uma das grandes armadilhas do passado é que não precisamos de fato compreender para sentir. Muitas vezes quando brigamos com alguém, por exemplo, não lembramos exatamente o que aconteceu ou o que falamos mas sentimos em nossas entranhas o sentimento ruim que uma discussão provoca. Entretanto na altura em que a razão é capaz de compreender o sucedido, as feridas do coração já se tornaram profundas demais, fundas o suficiente para tocar sua alma e marca-lo forçando te a reviver o suposto momento e infelizmente naquele momento o Min percebeu o quão funda eram suas cicatrizes naquele momento.

Mesmo os anos de sonhos e do tormento vivido a cada pequeno dia que se lembrava daquele momento, Yoongi nunca antes havia sentido tamanho medo em sua vida. Tremia todo o corpo, e o pavor se entranhava em sua pele, adjunto da respiração pesada. Sentia algo tão brutal crescer em si, um misto de raiva, medo e repúdio, que apertava-lhe a garganta e mordia a voz.

— Enfim sós, amor — Mesmo escutando a voz grave e rouca do alfa ao seu lado Yoongi não conseguia processar o que de fato ele havia dito. Respirar já tomava todo a sua atenção, não conseguia combinar essa ação ao ato de focar sua atenção em Jungsoo. Escutar Jungsoo significava admitir para si mesmo que aquele não era mais um dos seus infindos pesadelos e que o causador de toda a dor em sua vida estava ali ao seu lado

— Quem olha assim nem parece que você está contente em ver o seu papai novamente — O Min queria arrancar os próprios ouvidos ou furar seus olhos.

— Não sabe como eu senti falta de você — Jungsoon proferiu baixinho chegando mais perto de Yoongi debruçando-se sobre a caixa de marcha do carro tentando tocar o antigo enteado, esse que mais parecia um cadáver do que um ser vivo

Mesmo estando ali, junto de Jungsoon em um ambiente fechado, a ficha caiu apenas quando as mãos nojentas do alfa tocaram a pele de sua bochecha espalhando um sentimento de pânico que imediatamente provocou um grito em Yoongi que empurrou o padrasto para longe com toda a força.

Sentindo o pavor arrancando-lhe o susto anterior, Yoongi finalmente percebeu a situação a qual estava. Tentando desesperadamente abrir a porta do carro o pálido começou a bater no vidro gritando em seguida

— É melhor você parar de gritar — Jungsoo falou mais baixo e Yoongi nem ao menos deu-lhe ouvidos, continuou esmurrando o vidro tentando abrir a porta travada

— Socorro — O Min gritou, debatendo-se

— Ninguém vai te ouvir, amor — O alfa proferiu mais alto dessa vez e Yoongi virou-se para encará-lo, sabia que era verdade. A rua estava deserta naquele horário, mas não poderia desistir de tentar sair daquela situação