Deu um nó

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Raramente Yuta ficava encarregado de abrir a cafeteria nos fins de semana, mas justo em seu dia de folga, ChenLe, o funcionário que trabalharia naquele dia, teria adoecido. Como um bom funcionário, o japonês sempre chegara mais cedo ao local para ter tempo de sobra para organizar e limpar tudo corretamente e sem correria.

As cortinas eram abertas e o sol leve da manhã invadia todo o salão principal, sendo a única fonte de luz presente ali. Nakamoto limpava com pano úmido cada uma das mesas espalhadas pelo local, por mais que tivessem sido limpas na noite anterior; o chão foi devidamente limpo, até que a aparência brilhante e claramente higienizada se fizesse presente. A dedicação de Yuta deixava claro o carinho que o garoto tinha por sua amada cafeteria, a forma como cada mesa era enfeitada com um pequeno vasinho de flores, que mais cedo foram devidamente regadas e retiradas as flores murchas; o balcão perfeitamente organizado e limpo, para proporcionar do melhor atendimento aos seus clientes.

Parte dos funcionários começavam a chegar e o cheiro de pães sendo assados e café se fazia presente no ar, trazendo o aroma característico e acolhedor a cafeteria tão conhecida na cidade. Percebendo que seu horário de entrada se aproximava, Yuta se dirigiu ao vestiário para poder vestir o uniforme, baseado em uma camisa branca e um avental rosa pastel, cor característica da cafeteria; com um sorriso simpático estampado no rosto, Nakamoto se dirigiu ao salão principal, pronto para atender a quem precisasse de si.

(...)

Os raios de sol alaranjados se escondiam por trás dos prédios, anunciando que logo a noite chegaria e o horário de trabalho de Yuta chegaria ao fim. O japonês atendia os poucos clientes presentes no local, estava prestes a se dirigir para de trás do balcão quando se virou, dando de cara com a cabeleira negra e olhinhos puxados, que sorria e corria até si.
Imediatamente, Yuta abaixou até ficar na altura da garotinha e abriu os braços, sendo abraçado pela pequeninha; os olhos de Yuta correram por todas as mesas do local, mas em nenhuma delas pode avistar o pai da menina, o que o fez franzir o cenho.

"Olá, pequena, eu estava com saudades! Com quem veio?"

Como quem não quer nada, perguntou a garotinha, ainda tendo os olhos atentos a sua volta.

"Eu vim com o meu papai!"

Yuta, então, franziu o cenho e dirigiu seu olhar para onde a pequenina apontava. Pode ver um homem claramente estrangeiro, tinha os cabelos negros e aparentava estar em meio a uma discussão no telefone. Estava um tanto confuso, talvez ele apenas não estivesse vendo o pai da garota, ou ele tivesse ido ao banheiro.

"Papai Sicheng não me buscou na escola hoje, papai John foi!"

E então o cérebro de Yuta deu um nó.

Isn't she lovely?Onde histórias criam vida. Descubra agora