"...ou eu ligo para a polícia"

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Nakamoto tinha os lábios comprimidos e as mãos suavam em nervosismo, já estavam andando há pelo menos trinta minutos e ainda nem sinal do pai de Aisha. se não o encontrasse, o que iria fazer? provavelmente, sentar e chorar.

Direcionou o olhar para a pequenina ao seu lado e respirou fundo quando percebeu a afeição chorosa da garotinha, que não demorou muito a começar a derramar lágrimas grossas fazendo com que Yuta parasse de andar e ajoelhasse no chão em frente a de cabelos negros, segurando suas mãozinhas.

"Ei, vamos encontrar seu papai, vai ficar tudo bem, eu prometo!"

Suspirou e deixou uma das mãos de Aisha de lado apenas para poder secar as lágrimas da garotinha com o polegar, sorrindo para essa logo em seguida.

"O que acha de tomarmos sorvete enquanto procuramos seu papai? podemos ir até o lago e ver os patinhos que nadam nele!"

E então viu a pequena engolir as lágrimas e acenar positivamente com a cabeça, Yuta logo se levantou e tomou rumo ao quiosque de sorvetes não muito longe de onde estavam. Após conseguir acalmar a chinesa com um sorvete de morango tomaram rumo ao lago onde havia prometido levar a garotinha, o lago costumava ter diversos animais dentro e em volta dele, desde peixes e tartarugas, até patos e garças, sabia que conseguiria entreter a pequenina com todos aqueles bichos.

E como se o dia parecesse não poder piorar, Aisha tropeçou em uma pedra qualquer e logo seus joelhos se encontravam ralados e seu sorvete caído, os olhos já enchiam de lágrimas e Yuta queria chorar junto a ela, mas seu choro seria de desespero. Imediatamente, levantou a pequenina do chão e a sentou no banco mais próximo que achou, respirando fundo pela milésima vez no dia. Tentava acalmar a garota dizendo que não foi nada, ou que logo achariam seu pai, mas nada parecia adiantar, estava nervoso e afobado, nunca conseguiria a acalmar daquela forma.

Mais uma vez, respirou fundo, fechou os olhos por míseros segundos e acariciou os cabelos negros da pequena, prendendo uma mecha atrás de sua orelha.

"Oh, eu não acredito que aquela pedra fez isso! o que acha de o tio dar um beijinho para sarar e então vamos lá bater naquela pedra bobona que te derrubou!? ela vai se ver com a gente!"

Cruzou os braços e franziu o cenho enquanto fitava a garota, a viu aos poucos cessar as lágrimas e assentir em um aceno, o que fez com que Yuta sorrisse vitorioso e deixasse um selar delicado sobre cada joelho pouco ralados, descendo a pequena do banco em seguida. caminharam até o local onde Aisha caiu, e chegando lá Nakamoto apontou para a pedra com uma falsa cara de mau.

"Ali está ela, pedra bobona, a justiça deve ser feita!"

Chutou a pedra para não muito longe, podendo ouvir a gargalhada gostosa vinda da chinesa, que logo correu até a pedra e fez como Yuta.

"Pedra bobona!"

Gritou a pequenina e voltou até Yuta com uma afeição malvada no rosto. O japonês fingiu estar amedrontado e cobriu os olhos, se encolhendo.

"Por favor, não bata em mim, você é tão amedrontadora!"

Resmungou, mas não conseguiu se conter ao ver a pequena gargalhar, acabando por rir junto a ela.

Yuta e Aisha estavam se divertindo, o japonês nunca imaginou que algum dia poderia e conseguiria se responsabilizar por uma criança, e por incrível que pareça, estava gostando daquilo, mas ainda havia uma questão, não acharam o pai da garota.

Nakamoto continuaria em meio aos devaneios e preocupações, se não fosse pelo estalo alto e a ardência que sentiu em uma das bochechas.

"Nunca mais chegue perto da minha filha, ou eu ligo para a polícia".


Isn't she lovely?Onde histórias criam vida. Descubra agora