Desabafos de uma adolescente

Capítulo 8

Eduardo

Acordei, mortinho por vê-la mas, por outro lado, tenho medo das suas palavras. Sei que nada vai ser com antes, mas tenho muito receio dessa mudança. Bem, pelo menos há alguma probabilidade de isto tudo correr bem. Despachei-me para ir para a escola. Que seca, a escola. A única coisa fixe são os amigos. Cheguei ao portão e a minha melhor amiga estava sentada num banco à minha espera. Eu adoro-a. Ela percebe-me, apoia-me, protege-me e eu retribuo da mesma maneira. Mas não mais que isso.

- Então, tudo? Como está a Maria? - diz esboçando um sorriso.

- Ah, está tudo bem com ela... - digo, meio envergonhado.

- Oh, vá lá, conta lá promonores!

- Eu ainda não sei a resposta dela.

- Que mau! Então ela fez-te esperar! Vais vê-la hoje, não vais?

- Sim.

- Então, tens que pensar em algo em grande, de maneira a que ela não possa ter coragem de dizer um não!

- Ok, o que tens em mente?

- Ela gosta de flores?

- Não sei bem...

- Então diz-lá uma coisa que ela gosta.

- Ela ama Karaté e violoncelo.

- Ok, então fazes assim:

Segredou-me ao ouvido e fiquei pasmado! Aquilo é que é fofo! Ela tem razão, a Maria não vai conseguir dizer que não!

Maria

Acordei sempre a pensar nele e dirigi-me para a escola. A Mariana e a Samantha estavam à conversa. A Matilde ainda não tinha chegado. Vi, também, um grupo com a Bárbara, a Raquel e a Rita. A Ângela andava algures a comentar asperamente tudo e todos. Mas ninguém lhe liga.

As aulas passaram rápido e fui, ansiosa, para a academia. Vejo o Edu e, vejo que ele traz uma coisa atrás das costas.

- Maria, tenho um presente para ti.

- Oh, não era preciso - digo, só que no entanto queria saber o que era.

- Podes abrir.

Omg, eu não acredito. Era um cinto de karaté com o meu nome bordado em japonês e um violoncelozinho em miniatura, que fofo.

- Obrigada, digo, abraçando-o.

Derrepente, uma subdita necessidade, apodera-se de mim e concentro-me cada vez mais na sua boca. A minha respiração acelera e...