Capítulo 9

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Eduardo

Bem, eu queria mesmo beijá-la, mas o medo apoderou-se de mim. Nunca beijei ninguém. Sei que me devia deixar levar pelo momento, mas foi mais forte que eu. Precisava de fazer qualquer coisa, então voltei a abraça-la. Podia ficar assim para sempre...

Maria

Eu sei bem o que ele queria. Lá no fundo eu queria o mesmo, mas tive medo. Senti-me ligeiramente triste e, ao mesmo tempo, aliviada. Depois ele abraçou-me e eu senti-me tão segura e protegida... Ficámos muito tempo abraçados, embora eu achasse que foi rápido de mais. Estava na altura de retribuir. Ponho-me em bicos de pés, afinal ele é mais alto que eu, e murmuro-lhe ao ouvido:

- "Sim, com toda a certeza do mundo!"

Ele não responde por palavras, mas volta-me a abraçar.

Depois de termos quebrado o abraço, ficámos a olhar um para o outro sem saber o que fazer, pelo menos eu não sabia o que fazer.

Eduardo

Quando ela me disse que sim, senti um alívio que há muito não sentia. Ao abraçá-la novamente, esqueci-me de tudo á volta. Eramos só eu e ela. Depois de termos quebrado o abraço, não sabia inicialmente o que fazer. No entanto, passado uns minutos, peguei-lhe na mão e dirijo-a para o bar da academia. Peço duas Fantas de Laranja, a bebida que ela mais gosta, e uns bicoitos. Quando já tinha-nos acabado de comer, ela recebe uma chamada.

- Estou! Sim mãe, já vou. - desliga e dirige-me o olhar - parece que tenho que ir. Vêmo-nos amanhã?

- Sim, até amanhã! Já estou a ficar com saudades tuas.

Maria

Gostei muito do lanche e principalmente de estar com ele, acho que ele gosta mesmo de mim.

Depois de a minha mãe me ter ligado, fiquei um bocado triste por o deixar, mas tinha que ir.

Surgiu uma dúvida na minha cabeça. Será que devia contar à minha mãe? Muita gente pensa que os pais não se devem meter e tal, mas eu acho que a minha mãe deve saber. Afinal, deve ser muito mais fácil poder ter-la a apoiar-me e a ajudar-me. Ok, vou-lhe contar. Só não sei por onde começar. Ela já desconfiava que eu gostava dele, mas saber que agora ele era meu namorado? Isto soa de uma maneira tão estranha. Enfim, mas se está decidido, está decidido. Conto-lhe quando chegar ao carro.

Desabafos de uma adolescenteOnde histórias criam vida. Descubra agora