➥ o inviável.

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Aos vinte e quatro anos de idade, havia poucas coisas nas quais não era bom, mas definitivamente nunca tinha sido alguém que soubesse expressar seus sentimentos.

Lembra-se que desde a infância usou de sua arrogância para conseguir as coisas que queria, é claro que não funcionou todas as vezes, mas boa parte de suas conquistas — e perdas — são resultado de sua personalidade instintiva e ligeiramente difícil de se lidar.

Manhã de inverno num monótono dia de fevereiro, uma fina camada de fumaça se esvaia de sua boca entreaberta a medida que respirava suavemente ao dar passos longos, ao mesmo tempo que cabisbaixo fitava a neve branca e límpida.

     Mesmo que passageiros, seus dias de férias lhe foram bem aproveitados diga-se de passagem, mas agora, neste exato momento, o homem se dirigia para mais um dia de uma vida empresarial estressante e tediosa.

    Ele passa pelas portas de vidro do prédio com as mãos nos bolsos de sua calça de alfaiataria confeccionada sob medida, a postura ereta e os cabelos loiros tipicamente pontudos, bagunçados e chamativos.

   O caminho até seu escritório foi recheado de cumprimentos e cortesias, coisa que particularmente não gostava, mas de certo modo estava acostumado a receber diariamente. Após alguns andares e mais uma caminhada pelo corredor, entrou e sentou-se em sua cadeira de couro, atrás da grande mesa de madeira maciça e envernizada.

Primeiro puxou-se para frente agarrando as bordas da mesa e respirou fundo, poucos segundos depois a porta foi aberta, como é pontualmente todos os dias.

– Bom dia, boss. – Diz o homem alto, também vestido formalmente e com algumas pranchetas nas mãos. – O primeiro compromisso do dia é uma reunião importante no edifício Todoroki, em poucas horas. Hoje vai almoçar com a senhorita Ochaco no restaurante de sua família, e precisa avaliar algumas das lojas que me pediu para listar, ainda deve decidir quais delas pretende comprar. – Colocou todos aqueles documentos na mesa do homem, que ouvia com atenção.

– Bom dia, Tokoyami. Preciso que verifique como andam os últimos investimentos e me traga uma análise gráfica disso, sinto o cheiro de aumentos significativos. – Abriu o laptop e trouxe algumas daquelas folhas para si. – Pode nos trazer um café?

– Claro, volto logo.

Fumikage se tratava de seu braço direito — e às vezes o esquerdo também. Já trabalhava como seu assistente pessoal a três anos, e poderia entender qualquer exigência vinda de apenas um único olhar.

Ele era perfeito para o cargo, minimalista e muito responsável, sempre prezou pela excelência de seu trabalho.

Outros diretores executivos invejavam a lealdade e disposição do homem de cabelos negros e feição apática, que desde sempre vem recebido muitos elogios e cada vez mais visibilidade em seu trabalho, mesmo que ironicamente fosse a pessoa mais discreta do prédio.

Depois de trazer o café e fazer companhia a Bakugou por alguns minutos, saiu do escritório para resolver outras pendências.

Suas tarefas não eram nada fáceis, sempre andando de um lado para o outro, atendendo telefonemas, marcando e remarcando reuniões, avaliando contratos entre outras tarefas que se despendia para fazer quando Katsuki estava em seu escritório. E quando não, andava ao seu lado quase o tempo todo.

Foi carinhosamente apelidado pelos funcionários como a sombra de Bakugou, mas muito além de alguém que serve e segue seu superior, o moreno passou a ser tratado como um amigo muito próximo desde o primeiro ano de serviço, além da relação profissional e comercial excelente que mantinham, Tokoyami era como um irmão mais velho.

『 Skin•ny love 』; katsudekuOnde histórias criam vida. Descubra agora