1. Entre o choro e a saudade

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A tarde chegara sem demora e Marcelo aproveitava cada segundo com a sua filha, Isabela, sentados à beira de um penhasco, observado uma vista surreal.
Isa abraça o seu pai com força - como se fosse a última vez que iriam se vê - temendo algo que ainda nem acontecera.
Era como se ela soubesse do perigo que a rondava, como se suspeitasse do que o futuro reservava-lhe, como se soubesse que às lágrimas que chorava hoje não era nem a metade que choraria depois. Pois, aquele era o início, apenas, do sofrimento.
- Papai, promete que nunca vai me abandonar? - súplica a filha, que não obteve nenhuma palavra se quer em resposta. Mesmo assim insistiu: - Vai pai, promete pra mim! - nada obteve novamente - PAI! - Não adiantava, era como se ela não existisse, como se estivesse falando com uma parede, como se aquele fosse, na verdade, uma miragem, essa é a verdade, aquela imagem de Marcelo era uma miragem que logo desaparecera em meio às sombras.
- Para onde o senhor vai? - Perguntava a pobre garota desesperada. - Pai, por favor, não me deixe aqui!
Tudo que estava em volta se transformou radicalmente. O que era luz, tornaram-se trevas, à grama que fazia a vista tão bela, se tornou fogo ardente e o penhasco se tornou uma escada escorregadia que jogou Isabela às chamas.
O calor era tanto que não se sabia o que era lágrima e o que era suor, só o que Isa tinha certeza naquele momento era que estava sozinha ali, não tinha ninguém, estava assustada e não tinha quem a encorajasse.
- Existe uma única verdade e você precisa descobrir... - a voz de Marcelo pairava no ar - A minha morte tem que ser vingada, tem que vinga-la!
Isabela estava tão atordoada que sentiu o corpo pesar, logo viu que não conseguia se mexer, parecia que alguém a estava sufocando, estava pingando, pingando de suor... gritou... um grito que estremeceu tudo:
- NÃO... NÃO FAZ ISSO! - Acordara desesperada, sim ela estava dormindo, foi apenas um sonho, ou melhor, pesadelo.
Ela se sentou devagar na cama, esfregou os olhos brutalmente e pensou, pensou no sonho que tivera. Ele lhe dera uma certeza, a certeza de que o seu pai não morrera num acidente como a sua mãe e a sua vó dissera, alguém havia matado o seu pai e esse alguém teria a devida punição que merece. Ela prometeu pra si mesma que descobriria quem era o assassino, afinal pra quê viveria se não para cumprir a última vontade do pai?
A menina não conseguiria dormir novamente, estava com medo, não suportaria mais uma experiência dessa. Os seus pés lhe levaram ao banheiro, ela jogou uma boa quantidade de água no seu rosto e depois encolheu-se num canto frio e escuro, como a sua alma ainda de luto. Levou às mãos nos olhos e ali chorou, chorou e chorou... um choro silencioso, mas sincero, nele havia mágoas, singelas mágoas.
Descontou nas lágrimas à saudade.

♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥Esse é o primeiro capítulo, espero que gostem, afinal escrevo para vocês

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Esse é o primeiro capítulo, espero que gostem, afinal escrevo para vocês... à inspiração às vezes não coopera comigo, então não se surpreendem quando eu demorar a escrever... um bj e até a próxima!

Kauany T.

A sombra da ausênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora