5. Chegou, chegando

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    Isabela estava mais uma vez presa em um dos seus sonhos malucos:
    — Você está mais perto de descobrir a verdade, venha até mim! — Dizia Marcelo.
    — Eu não consigo, estou presa! — Explicava a menina chorando.
    — Você consegue Isa! Se liberte de tudo que lhe impede de seguir em frente, estou aqui por você e confio em ti! — Encorajava o homem.
    — Eu não consigo, me perdoa, mas não sou forte o bastante. Sou falha! — O desespero lhe tomou conta.
    — Você pode até ser falha, mas fraca não, e é por isso que só cabe a você descobrir tudo. — Ao falar essas palavras ele sumira novamente.
    — Não. NÃO SOU CAPAZ, fique comigo, FIQUE!
Glória se assusta, percebe sua neta suada:
    — Querida, acorde! — Ela sacode Isa, que acorda exasperada. — O que houve?
    A garota se ergue pressionando às costas ao acostamento da poltrona. Com uma das mãos na testa, responde:
    — Foi só um pesadelo… eu acho… — sua voz era fraca e sem ânimo. — Já estamos chegando?!
    — Falta pouco… logo estaremos lá, por sorte na hora da janta! — Diz com certa empolgação.
    Isabela não presta atenção, apenas olha fixamente à estrada.
    “Por que isso foi acontecer justo comigo?! Eu não sou ninguém, não tenho ninguém, não sei como irei realizar seu último desejo papai. Estou sozinha e assustada.” Pensava ela.
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    Quando a porta da casa grande foi aberta, Glória fora surpreendida com um abraço dado por Liny, filha do vaqueiro.
    — D. Glória, senti muito sua falta! — Diz a menina com melancolia. Liny tem um apego especial por Glória, a mulher é como se fosse uma mãe para ela, já que a sua verdadeira abandonou ela e seu irmão gêmeo ao nascer.
    — Oi minha querida... — fala ela retribuindo o gesto carinhoso. — Essa é minha neta, Isabela! — Apresenta com animação.
    — Prazer em conhece-la, meu pai fala muito sobre sua mãe… Sou a Liny. — Ela lhe estende a mão, mas se vê numa situação constrangedora quando Isabela a deixa no vácuo.
    Isa passa por Liny como se a menina não fosse ninguém e se dirige a avó com a seguinte pergunta:
    — Onde vai ser meu quarto?
D. Glória fica desconcertada diante a atitude da neta.
    Matheus que estava sentado no braço do sofá, se aproxima com expressão séria:
    — Mal educada você!! Não percebeu que a garota falou contigo? — O garoto parecia uma vaca parida quando mexem com seu bezerro.
    — Onde vai ser meu quarto? — Ela volta a fazer a mesma pergunta à Glória, sem dar importância ao irmão super protetor de Liny.
    — É-- — A avó ia lhe responder, mas o menino lhe interrompe irado.
    — Ok então, já vi que também vai me ignorar!
    — Bem… Vamos, vou lhe mostrar o seu quarto! — Diz ela puxando Isa pelo braço querendo evitar que uma discussão acontecesse.
    — Não me surpreende, toda menina é assim, e você não passa de mais uma mimada no meio de tantas outras!
Isabela se vira irritada mediante o comentário machista de Matheus, que por sinal, também ofendera Liny que lhe lançou um olhar de reprovação.
    Márcio, o vaqueiro, se ergueu rapidamente e Glória ficou na defensiva.
    — Como é que é garoto? — Questiona a menina em bom som.
    — Isso mesmo que você ouviu garota! — Responde com o mesmo tom.
    — Escuta aqui seu-- —Sr. Márcio se mete entre os dois.
    — Já deu… Matheus isso não é jeito de falar com garota nenhuma, tenha mais respeito e Isabela…—Ele à olha preparada para lhe dar uma bronca, quando a menina se adianta:
    — Eu o quê?
    — Foi… foi bom te conhecer. — Solta Márcio por fim. — Vamos!! Conversamos em casa Matheus.
    — Você não devia ter feito isso, foi muito errado! — Repreende a avó.
    — Quem é você para me dizer o que é certo e o que é errado?! — Questiona com o olhar voltado pro nada.
    — Eu me arrependo do que fiz…
    — Que bom! mas eu não me arrependo de nada! — responde amargamente — Pela última vez… onde será o meu quarto?!
    — Me acompanhe. — Sua voz saiu com dificuldade.
Isabela seguiu Glória pelo corredor de sua casa.
    — Isso quer dizer que não tem jantar? — Quis saber João, o filho da empregada geral.
    — Não meu filho… — responde à mulher retirando a mesa. — Essa guria chegou, chegando!
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Genteeeeee, me desculpem aí pelo atraso em atualizar a história, eu estava com bloqueio criativo e isso também explica o fato desse capítulo ter sido tão escasso… Bom… um grande beijo;)

Kauany T.

A sombra da ausênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora