4-4 - A ameaça do algoz.

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Na TV ultimamente tem tido apenas as mais absurdas teorias sobre o que vem acontecendo no mundo nos últimos meses. Templos religiosos nunca estiveram tão cheios, as pessoas realmente começam a acreditar que um fim dos tempos se aproxima, e assim começam a perseguir a redenção.

Matheo está na casa do Suzuki a dois dias. E comenta com seu amigo. - sabe, de certa forma começo a pressentir que algo muito bizarro está por acontecer, não acredito no fim dos tempos assim como a maioria das pessoas, mas não descarto que algo muito grande e aterrorizador esteja por acontecer. A atmosfera está muito mais densa que o habitual, Não, não é o fim como dizem, o fim é certo, mas sou apto a crer que o fim virá por mãos humanas. Desconfio que devido a uma disputa de poder entre potencias está para estourar uma terceira guerra mundial. E com a gama de armamentos disponíveis hoje, não seria muito difícil dizimar a humanidade.

Suzuki pensa um pouco e diz. - sabe, eu não parei para pensar nessas questões, mas concordo plenamente com você. Às vezes discordo do que você diz. Mas há horas que concordo plenamente.

A conversa entre os dois é interrompida por uma noticia na TV. A jornalista Alice Damasco estava sendo investigada pela policia, e descobriu-se que ela estava repassando informações secretas da união europeia para nações inimigas. Uma vez provado que ela estava por trás de serviços de espionagem internacional foi ordenada sua execução. Os militares estão constantemente de olho na sua melhor amiga a Veronica. Para que ela não abra a boca sobre o que na verdade é o abrigo subterrâneo. Quanto a Veronica, ela sabe que forjaram provas para condenar a sua amiga, e ela se sente culpada por ter alertado a sua amiga sobre o que estava acontecendo.

Mesmo sem saber de nada o Matheo desconfia. – sinto um cheiro podre nessa historia ai. Os homens mais poderosos da Europa desaparecem, militares ocupam as ruas, uma jornalista morta por investigar os poderosos. Há algo que eles não querem que saibamos. Suzuki diz. - muito mais que suspeito muitas pessoas daqui do bairro foram trabalhar numa gigantesca mina que foi encontrada, ai me perguntei, porque essa mina só foi encontrada agora? E será essa a causa da quebra do pacto de não hostilidade? Você não acha suspeito essas grandiosas escavações sendo feitas nos maiores países do mundo? - Matheo pensa um pouco e diz. - se formos tentar criar um paralelo entre tudo de suspeito que está acontecendo ficaremos loucos e não chegaremos a lugar nenhum. Mas uma coisa é certa. Essa jornalista condenada a execução sabe de algo.

Suzuki continua pensando. – essa jornalista condenada a execução, eu não a conheço, mas ela sempre pareceu ser uma mulher justa e de caráter impecável. Muito provável que ela tenha sido condenada à morte por investigar aquela escavação na Suécia. E não seria nada estranho se os poderosos estivessem escondidos em abrigos subterrâneos. Eles sabem mesmo de algo. Sinto que algo terrível está para acontecer. E não é uma guerra. Ao menos não uma guerra comum.

Então ao abrir a janela do quarto onde está dormindo sem pretensão alguma, o Matheo percebe que o brilho violeta do algoz está muito maior que estava a semanas atrás. Nesse momento ele sente um frio na espinha. – eu não quero acreditar nisso, mas a estrela purpura está muito maior que à duas semanas atrás. Pode ser impressão minha, mas desconfio que ela seja a causa de tudo isso. Ela não é uma estrela, mas é possível que um meteoro ou algo do tipo vindo para a terra, estão tentando desviar a nossa atenção.

Matheo tenta não ficar nervoso. Mas ao olhar novamente para o brilho roxo no céu noturno ele passa a ter medo daquilo e a suar frio e ele diz. – nunca tive tanto medo quanto esse que eu estou sentindo. Mas que droga! Sempre levei a vida de uma maneira austera e isso para que? Nunca temi a morte, mas agora estou com muito medo. Seja o que for aquilo estamos perdidos.

São cinco horas da manhã, Kimberly e Kassandra dormem quando seus pais chegam em casa. Ao ranger da porta Kassandra acorda, coloca seus óculos, calça seus chinelos de dedo e vai ate as escadas, quando vê que seus pais chegaram. Kassandra corre em direção aos dois e o recebe com um abraço caloroso.

Mariana se sente culpada e pergunta. – a Kim está chateada comigo não é? – Kassandra faz sinal de afirmativo. Mariana continua a dizer – eu precisei me ausentar e quebrei a promessa que fiz a vocês duas. Espero que ela me perdoe. – Kassandra sorri e passa as mãos nos cabelos de sua mãe. Miguel diz. – Mari, é só uma fase a Kim vai esquecer essa birra e vai te perdoar. Ela vai entender quando for adulta que temos obrigações. – mariana responde. – mas vai demorar ate ela ficar adulta e eu também quero aproveitar essa fase dela estive pensando quando estávamos na Letônia. Deveríamos mudar de profissão para podermos dedicar mais tempo a nossas garotas. Veja você mesmo, a Kassandra cresceu sem nós. A Kim está crescendo sem nós. Entendo a rebeldia dela. O pior é que ela sofre e eu também.

Kassandra se ausenta da presença de seus pais e prepara um café para eles. Pela janela de vidro da cozinha a Kassandra olha hipnotizada aquele brilho cor de violeta que está visivelmente maior.

Ao voltar para a sala Kassandra vê seu pai olhando pela janela. E dizendo para Mariana. – aqui também está assim? – mariana se aproxima da janela e diz. – sim a Europa toda está assim. Não nos disseram porque de tantos militares nas ruas. –Miguel então diz. – algo nessa historia não cheira bem. Ate mesmo os soldados estão inocentes. Eles apenas obedecem a ordens. – mariana conclui – tenho muito medo de uma guerra Miguel. Medo por nós e pelas nossas filhas. – Miguel então pensativo diz-lhe. – por nós, nossas filhas, e pelos milhões de inocentes.

Amanhece o dia os pelotões marcham nas ruas. E os civis continuam em suas casas.

Opressor Alien - Ecos da Guerra - 1/4Where stories live. Discover now