3-4 - Com o peso de uma pluma.

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Já se passaram seis meses desde que começaram a surgir os primeiros fenômenos provocados pelo algoz, e dois meses desde que o brilho do algoz passou a ser visível da terra. Os governantes e magnatas de todo o planeta começam a ser dados como desaparecidos em todo o mundo, pois começam a desaparecer sem deixar vestígios. Surgem especulações de vários tipos em todo o mundo. Religiosos de varias vertentes acreditam que seus deuses puniram esses homens, que muitas vezes exploram dos mais humildes. Outros começam a suspeitar que alguém rompeu com o pacto de não hostilidade, associando à mobilização militar esses acreditam que seus lideres políticos, e os magnatas estão fugindo de uma guerra que eles mesmos começaram.

Nesse cenário, até mesmo as ruas das grandes cidades estão em estado de completo abandono. Algumas poucas pessoas circulam ainda pelas ruas. Outros temem a ronda de convocação militar em todas as ruas.

Matheo resolve visitar o seu amigo Suzuki, e a pouco mais de uma quadra, no caminho entre a sua casa e a casa do Yure ele percebe que há um homem morto caído na calçada, visivelmente baleado. Um velho barbudo, vestido com uns trapos velhos um pouco mais a frente uma criança também sem vida, e também uma placa de papelão onde estava escrito. "o fim de tudo de aproxima".

Matheo lamenta pela violenta morte que aqueles dois tiveram. E desconfia por hora que tenham sido mortos por criminosos. Uma vez que com a falta de ordem começa a surgir pequenas organizações criminosas dominando certas áreas da cidade as chamadas gangues, que se formam em todo o subúrbio de Paris.

À umas duas ruas a frente ele encontra um Jeep parado e nele cinco soldados gabando-se de terem tirado a vida de um sujeito. Um dos soldados diz. – era só um vagabundo ninguém sentirá falta dele. – e outro soldado em apoio diz. – pensando bem fizemos um favor aos civis tirando de circulação mais um vagabundo. – outro soldado diz sorrindo enquanto bebe e fuma. – e aquele moleque implorando pela vida do velho teve o mesmo destino. – o soldado maior diz. – a culpa é do velho que largou aquela carroça imunda e seu pangaré na rua atrapalhando a nossa passagem. – ouvindo o dialogo. O instinto de justiça do Matheo vem à tona, mas como ele não pode fazer nada ele apenas sussurra. – como podem ser tão desumanos, miseráveis!

Um dos soldados percebe a presença do Matheo e resolve para-lo. – hei garoto! Para ai. – eu? – perguntou Matheo. – sim, você mesmo. Onde pensa que vai? – com uma risada meio irônica, carregada de nervosismo Matheo responde. – eu estava chateado em casa, resolvi dar uma volta. – os soldados dizem – as ruas não são mais um lugar para dar uma volta. Retorne para a sua casa e aguarde a sua vez de ser convocado. – convocado para que? – perguntou Matheo. – e o soldado responde-lhe. – convocado para fazer testes todos os civis deverão ter treinamento militar – treinamento para que? Por acaso sofremos ameaça de guerra? Alguém quer invadir a Europa? Isso não viola o pacto? – perguntou Matheo. – não me faça mais perguntas e volte para a sua casa.

Matheo não sabe o que está acontecendo, mas percebe uma estranha movimentação. Militares passando em todas as casas levando um ou dois jovens de cada casa para algum lugar. Do ponto onde está, Matheo consegue ver a casa de seu amigo, e pede aos militares que permita que ele vá até lá, os mesmos o negam. E diante da negação Matheo corre em direção a casa de Suzuki, um dos militares ainda miram seu fuzil no Matheo, mas um outro militar abaixa a arma e diz, deixa ele ir, ele não vai se esconder para sempre, e com essa insubordinação ele não vai durar muito tempo no campo de batalha.

Matheo então chega à casa do Suzuki. E percebe que quatro militares estão entrevistando o seu amigo. Após varias perguntas os militares optam por dispensar o Suzuki, pois ele é o único filho homem de seus pais, e porque mesmo ele tendo nascido na União, ele também é um oriental, e no campo de batalha ele poderia muito bem ser uma ameaça, pois há casos que o sangue fala mais alto. Por esses motivo os militares resolvem dispensá-lo dessa vez. Suzuki percebe que algo muito grande estaria por acontecer. Quanto ao Matheo, os militares o ignoram, e ele fica parcializado.

Quando os militares vão embora, Matheo diz ao Suzuki. - eu sabia que algo muito suspeito estava acontecendo, mas não sabia que era algo tão grande. - Suzuki oferece-lhe um copo com água e pergunta. - você acha que alguém rompeu o pacto de não hostilidade? - Matheo o responde categoricamente. - não, os poderosos nunca deixaram de ser hostis com os mais fracos. O pacto de não hostilidade não passa de uma faceta da hipocrisia daqueles que estão no poder. - vendo o Matheo serio Suzuki o pergunta.. - aconteceu algo? - Matheo com as mãos tremendo leva as mãos à cabeça e com uma expressão perturbadora diz. - eu pensei que fossem soldados graduados, mas eram recrutas, os recrutas mataram um homem inocente e uma criança. Os poderosos sempre agem com impiedade aos indefesos. - e conclui. - o ser humano é selvagem, finge ser civilizado. Amigo, sabe porque tenho tanto desprezo pela sociedade? porque a humanidade é podre.

Opressor Alien - Ecos da Guerra - 1/4Where stories live. Discover now