Sabe os contos de fadas? Na qual o príncipe é fofo e educado, e a princesa é bela e inocente.
Basicamente essa história é diferente dos filmes e desenhos da Disney. Imaginem como seria o século XXI ainda com reis e rainhas, sem essa de presidente...
Algo bom, não sei explicar, esse sentimento que me invade parece que tudo de ruim que já aconteceu comigo se foi. Meri é uma garota legal, estou contente por ter seguido o conselho de Suga, ele realmente nunca erra em suas percepções. Está viagem está me mostrando que um príncipe pode ser ele mesmo, eu posso ser livre, posso fazer o que gosto sem deixar de ser príncipe. Descobri, que sexo não é a única coisa boa, o castelo tão chato, agora sei porquê Meri estava naquela fazenda quando a conheci, ela não se importa com luxúria, ela só quer estar livre e viver bem. A sensação de estar em um local natural é..maravilhosa. Meri é a pessoa ideal para me mostrar isso tudo, ela é paciente, fofa e divertida, e agora que percebi que ela fica mais bonita quando sorri.
Nesse 6 dias nos divertimos muito, fomos tomar sorvete, fomos ver o Cristo Redentor, dançamos na praia, fomos andar de bicicleta, comemos docinhos de morango e ela contou um pouco do que fazia na fazenda. Vimos filmes de comédia francesa, e madrugamos no Karaoke. Fomos dormir 6:00 da manhã, mas as 7: 00 meu celular tocou e Meri pegou um susto, eu acaricie seus cabelos e acalmei.
Levantei e fui atender o inferno do celular. Era meu pai, ele disse que precisávamos voltar amanhã, ou seja só temos hoje para curtir. Desliguei o celular com raiva e joguei no sofá, voltei para o quarto e fui arrumar minhas coisas com raiva.
-jungkook..O que houve?-perguntou Meri sonolenta levantando e sentando na cama.
-meu pai ligou, agente vai embora amanhã, parece que ele vai fazer um baile. Arrume suas coisas.-falei seco.
-calma,agente tem tempo.-falou sorrindo.
-você não ouviu, agente vai voltar para aquela droga de castelo, e vamos morrer no tédio outra vez. Acabou tudo de bom que vivemos aqui.-falei ríspido.
- não, não vai não. Jungkook, você deve guardar na sua cabecinha tudo que vivemos nessa viagem, nada disso foi envão. Talvez o castelo não seja tão ruim assim.-falou e eu sorri sem humor.
-impossível aquela droga é tão chato quanto tediante, principalmente as pessoas.-falei sério.
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-você, não sabe, talvez precise ver e agir de outra forma.-falou calma.
-eu não sou você que acha que todo mundo é bom.-gritei e ela se assustou um pouco. Ela apenas ficou calada, apenas passou a língua nos lábios e saiu do quarto. Foi a primeira vez que ela não vem com respostas para cima de mim, ela está chateada e isso me tocou. Meri não tem culpa pela decisão de meu pai e tudo que ela me ensinou até agora foi verdadeiro. Fui até ela e vi a mesma apoiada no batente do janelão, abracei a mesma por trás e pus minha boca perto de seu ouvido.
-me descupa, eu só..tenho medo de tudo voltar a ser o que era antes.- ela se arrepiou com o meu hálito quente tão perto de si.
-faça diferente, só que dessa vez eu estarei ao seu lado -se virou de frente e vi que seus olhos estavam vermelhinhos.
Eu a fiz chorar? Sou idiota.
Puxei a mesma para mim, e a abracei.
-eu quero te mostrar uma coisa, vamos passear.-falou e foi para o quarto tomar banho.
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Pegamos o carro e fomos para a cidade, tomamos um sorvete pois está muito quente o clima hoje. Conversamos coisas aleatórias, mas senti um certo ponto de nervosismo em suas ações, talvez seja pelo fato da minha mudança de humor de agora a pouco.
Ela dobrou e fomos para uma praça, ela apontou para uma garotinha que aparentava ter 9 anos,loira de olhos claros, com vestidinho azul um pouco desbotado e pele clarinha.
-o que tem?-perguntou confuso e ela me mandou observar.
-de todas as criancas no park, ela é a única que brinca sozinha, ela parece estar feliz, mas é só uma máscara.
Agarotinha sai do park e anda pela calçada de cabeça baixa, nós a seguimos,andando como pessoas civilizadas. Ela vai para uma rua estreita que leva para uma vila, entramos lá também, Meri está indo na frente e eu logo atrás.
-eu não tô entendendo.-falei e ela olhou devagar para mim.
-você já já irá entender príncipe.-falou formalmente o que me deixou mais confuso ainda.
A garotinha foi indo de casa em casa até conseguir um pouco de pão, depois ela voltou a caminhar pela rua, que vai de volta a cidade. Ela pula contente, e para um pouco quando passa por um grupo de garotas quase da mesma idade, mas com roupas mais elegantes. Após passar ela foi pega pelo braço por uma das garotas e jogada no meio da rua, as garotas começaram a zoar e jogar terra nela, o pão que a garotinha havia conseguido, já estava sujo de poeira. Ela chorava, e as outras riam, um aperto se alojou no meu peito, e senti o sangue esquentar na minhas veias, minhas batidas cardíacas já estavam aceleradas.
O que está acontecendo comigo?
-a garotinha que ver em sua frente é o povo, as garotas de alto calão somos nós. A desigualdade social sempre irá existir, ainda existi trabalho infantil no Brasil, algumas crianças são obrigadas a trabalhar, outras não querem ver seus pais sofrendo. A ignorância e a hipocrisia acaba com a inocência das crianças, acaba com a esperança das pessoas, dinheiro pode não faltar para nós, mas para eles faltam, pessoas podem ser ignorantes e preconceituosas, mas eles não o compreendem. Eu não tenho raiva, ou ódio, tenho pena. Então se alguém me dizer que sou uma fazendeira suja que não sabe ser princesa, não ligarei. Porque eu vi a realidade que eles não tem, quem faz mal ao próximo sempre levará uma bofetada da vida.-falou calma, meus batimentos já estavam muito acelerados, suas palavras pareciam sonetos.
Tudo faz sentido.
Bufei de raiva e me aproximei da garota que batia na garotinha, segurei seu braço com força a fazendo soltar um grunhido de dor.
-ai..-falou se virando para mim.
"Eles não compreendem".
As palavras de Meri circularam em meus pensamentos, afrouxei o aperto no pulso da menina e ela fez uma cara debochada para mim, todos olharam para nós, mas não me importei.
-por que bate nela?-perguntei e garota sorriu.
-porque ela merece.-falou sinica.
-você também merece não acha, porque esses baques se tornaram ematomas, e ela pode ter algum problema nos ossos, ou seja..Se ela morrer a culpa será sua, e como você é menor de idade seus pais seram presos e levados para outro país é você ficará órfã.-falei com um ton de suspense dramático, a garota me olhou assustada e se pronunciou.
-a polícia não saberá.-falou e eu ri.
-eu sou da polícia, sei de todas as formas. Peça desculpas a ela e eu esqueço o assunto.-falei e ela pediu desculpas a menina, assim como as amigas e correram para longe. Fui até a garotinha que chorava em silêncio e acariciei sua bochecha.
-uma garotinha linda como você não deveria chorar por umas bobocas. Vem eu levo você em casa.-falei e a carreguei no colo.
🌾🌹Meri on:
Assisti toda cena de quecho caído, a garotinha deu a informação para ir a casa dela e fomos, jungkook deixou dinheiro e comida, a mãe da Vivi, que era o nome da garota, agradeceu o caroto de capuz, ele tirou o capuz e se curvou, ela fez o mesmo por surpresa e ele disse não precisava.
