(Re)começos.

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Vitória's POV

10 anos depois

Abri os olhos incomodada pelo barulho estridente de algum celular que tocava sem parar.

Fui tentar me levantar pra procurar de onde vinha a merda desse som, quando senti o peso de uma perna ao redor do meu corpo. Mas especificamente em volta da minha cintura. Inclinei um pouco mais minha cabeça para o lado e dei de cara com um corpo masculino musculoso. Nu.

Revirei os olhos.

— Porra André, era pra tu ter ido embora já —resmunguei baixo pra eu mesma, enquanto empurrava as pernas dele para que eu conseguisse sair da cama.

Levantei e peguei o celular. 9:00am. Era pra eu ta dentro da faculdade. Jesus Cristinho.

Olhei em volta, meu quarto tava uma bagunça. Havia garrafas de bebidas alcoólicas jogadas pelo quarto, roupas, cueca, calcinha, alguns cigarros espalhados pelo tapete, junto de cigarros de maconha. Em cima da minha cômoda havia maconha espalhada, aconteceu no auge da noite, quando chegamos sedentos.

Decidi pegar tudo correndo e jogar no balde de lixo que ficava ao lado da minha cômoda. Peguei as garrafas, recolhi os cigarros, e escondi a maconha dentro da minha gaveta de calcinhas.

Joguei as garrafas tão forte no lixo que o barulho acordou o corpo que se encontrava jogado na minha cama, embolado nos meus lençóis brancos.

— Hmmmm — resmungou enquanto coçava os olhos e se sentava na cama.

— Graças a Deus que não precisei te chamar pra acordar, Deco. Porque só Ele sabe o que eu passo pra fazer tu levantar essa bunda mole da cama. — soltei áspera, enquanto jogava as roupas em sua direção.

— Bom dia pra ti também, flor do dia — disse sonolento enquanto pegava suas roupas.

André, (ou Deco como todo mundo chama) é um dos meus melhores amigos e tem 23 anos de idade. Também tem um bom coração e um corpo dos deuses. Cursa música na Mackenzie. Universidade na qual a gente se conheceu, já que eu faço direito na mesma. Ele tem uma banda com uns amigos, se chama Hotelo, vivemos em barzinhos nos shows deles. Nós temos uma amizade colorida, e se, não fosse pelo sexo maravilhoso que fazemos, eu jamais teria aceitado isso.

— Deus abençoa que Mainha não te pegue aqui, Deco. Eu preciso sumir com essas drogas e tu daqui. Agora. — falei aflita enquanto procurava uma roupa para ir pra faculdade.

— Bom, ele tem que te abençoar mesmo, até porque ela te ligou 7 vezes e em nenhuma delas você atendeu. — ouvi ele dizer e olhei rapidamente em sua direção, o encontrando com o meu celular na mão. Puta. que. pariu.

— Merda. Eu devia ter visto antes — fui até ele, pegando o celular. Ele estava em pé terminando de subir o ziper da sua calça. Puxei o aparelho de sua mão e estava quase me virando, quando senti suas mãos firmes agarrar minha cintura, me trazendo pra perto do seu corpo. E logo senti um beijo na minha orelha esquerda.

— Boa sorte. —sussurrou na mesma e saiu em direção a janela, abriu e pulou. Ele já era acostumado a fugir por lá. Eu sempre expulsava ele logo pela manhã. Fazia parte do nosso trato e claro, para que eu pudesse manter a minha imagem de boa menina, virgem e santa para mainha e quem mais ela quisesse enganar com as aparências.

Ouvi batidas na porta na mesma hora. Já imaginava quem seria.

Antes de abrir a porta, dei uma olhada geral em volta pra ver se tudo estava em seu devido lugar, até que sim, se não fosse por eu estar usando apenas uma calcinha e um sutião de renda brancos.

Yin & Yang (Anavitoria) Onde histórias criam vida. Descubra agora