Vitória's POV
Eu raramente ficava puta com as coisas.
Mentira, eu sempre fico puta com as coisas. E o que mais me irrita é o trânsito impossível de Sampa.
Cheguei na Mackenzie pisando forte no piso de granito do corredor da faculdade. Todo mundo já se encontrava em suas devidas aulas e faltava apenas uma aula para o intervalo. Óbvio que eu iria matar aula. Abri minha mochila, peguei um livro de filosofia e caminhei até a praça do meu centro.
Em poucos minutos me entreti com Nietszche sobre a consciência trágica.
Enquanto ainda tava concentrada em minha leitura, senti uma mão em meu ombro e em seguida um cheiro no meu cangote.
— Minha vagabunda mais linda e cacheada. —olhei pro lado e vi o Lucas com um lindo sorriso. Estava radiante demais pra mim.
— Bom dia, poeta feliz. Vai um pouco longe de mim que ta me afetando sua alegria. —sorri brincalhona o encarando, mas tinha um fundinho de verdade — como foi a aula?
— Professor Rodrigo.— olhou com desdém pra mim, e nós dois reviramos os olhos ao mesmo tempo.
Lucas Veiga era um dos meus melhores amigos, bissexual, tinha um bronze lindo, barba, cabelos cacheados hidratadíssimos e solteiro meninxs. Era da minha sala. Mas acredito que ele está no curso errado. Ele é um grande escritor, muitos famosos já notaram suas poesias e ele tem um talento lindo. Mas, ainda se encontra nesse inferno de faculdade.
— Qual é a boa de hoje a noite? To doido pra sair e me acabar. —Lucas diz empolgado pra mim, depois de se sentar ao meu lado. Claro que ele sabia qual era a boa, mas queria me lembrar.
— Ai nego, tenho uma má notícia, não sei se vai rolar hoje a noite. Dona Isabel ta puta com esse ser que vos fala. — olhei com a minha melhor cara de frustrada em sua direção pra que ele tivesse pena e uma ideia pra me ajudar com essa.
— Porra Vitória, você ta brincando né?— Sua animação passou para uma cara de desapontado, se juntando a mim. —desmarquei meu date com um cara lindo hoje só pra gente ir na social da Flavi. —falou olhando decepcionado em minha direção
— Amo as sociais da Flavi. Merda... vou tentar ir, ta bom? mas não comemora muito não que a fera ta atacada hoje em casa — falei para não decepcionar mais meu amigo.
— Fechou meu dengo — disse me abraçando de lado, meio desajeitado -a gente combina mais tarde. Me liga — piscou e saiu em direção a sala de aula. Droga, tenho que ir também.
Ana's POV
Decidi que iria andar pelo condomínio onde eu habitaria por um tempo da minha vida. Havia ajudado minha mãe a organizar o restante das coisas em casa e agora eu estava livre. Tava doida pra desbravar Sapaula, mas, não sou tão maluca a ponto de sair andando por essa cidade maior que eu. Imagina se eu me perco? Ou me sequestram? Valeime.
Coloquei um shorts jeans de cintura alta, uma blusa sem estampa branca e peguei meu chinelo branco. Tava um calor imensurável nessa cidade.
Desci as escadas e avisei minha mãe que só daria uma volta pelo condomínio e como toda mãe, ela me deu uns avisos pra eu me proteger da maldade do mundo.
Quando sai para fora de casa já me arrependi pois o calor e o sol estavam me matando aos poucos. Mas não desisti. comecei a andar pela calçada, como minha mãe me ensinou, olhando para o céu. Tava todo azuladinho e era um condomínio cheio de árvores, dava o contraste perfeito. As casas eram de classe média, todas muito lindas, elas não tinham portão, estilo americanas.
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Yin & Yang (Anavitoria)
FanfictionYin e Yang, dois componentes que se completam tão divinamente que se tornam um só espírito, mas em formas separadas. Yin, carregando em si grandiosa impureza e escuridão, uma parte imperfeita de sua outra metade graciosa. Apesar de suas característi...