Cão do inferno

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Havia um caminho que eu percorria toda a semana, uma estrada de terra cercada por árvores antigas, por muitas vezes me perguntava como era por entre a floresta que ninguém ousava entrar. O único que ousou nunca mais foi visto pelo vilarejo.

Em meio aos pensamentos olhei para o céu iluminado pela lua cheia que deixava à terra em um tom azul caótico, suspirei é voltei a caminhar pela estrada deserta como sempre, me lembrando das histórias que me contaram sobre aquele lugar.

Diziam que quem passasse por ali, as terças à noite e visse um gato preto estaria certo de que, mais a frente veria o homem que cometeu suicídio, um arrepio subiu por minha espinha é ri de mim mesmo, pois, eu sempre passara por ali, noite após noite é nunca vira nada. Apertei os passos ao ouvir um assobio próximo ao meu ouvido. Olhei para trás é nada vi. Continuei caminhando é novamente pude ouvir um assobio trazido pelo vento como se me chamasse, barulhos de galhos se movendo, folhas caindo das árvores, gelei vendo a encruzilhada no fim do caminho, tentei mudar o foco dos meus pensamentos, eram apenas lendas afinal de conta. Sons de galhos sendo pisados levaram minha atenção para a floresta ao meu lado, apertei novamente o passo, notei algo se movendo rapidamente por entre as árvores, a escuridão não me deixava ver o que era. Ao me aproximar da encruzilhada escutei um som grotesco meu coração disparou e meu único instinto foi correr, mas ao passar pela encruzilhada minhas pernas simplesmente pararam é pude ver algo correndo em minha direção, pensei em cortar caminho para não cruzar a rua, mas com a fraca luz eu me perderia, pensei em gritar, no entanto, não havia casas por perto seria inútil, minhas pernas ficaram fracas é trêmulas meu coração pulava três batidas parecendo rasgar meu peito, respirei fundo me controlando é finalmente pude me mover, não havia mais som algum, se não fosse pelos grilos eu estaria em completo silêncio.

Ao passar pela encruzilhada meu corpo gelou, O que estava diante não era um animal que eu já havia visto. Era como um cão, porém, 5 vezes maior com pelos negros, a metade de seu rosto era apenas osso é cartilagem ensanguentada, uma de suas orelhas estava ferida, seus dentes eram pontiagudos é seus olhos pareciam duas bolas de sangue. O cão demoníaco se aproximou babando um líquido fétido, suas costelas expostas estavam cobertas de moscas, seus zumbidos eram perturbadores. Antes que ele pudesse se aproximar vi um homem alto disforme em meio ao mato, o cachorro correu para cima de mim me derrubando rosnando com sua boca perto de meu rosto, fiquei atordoado por um momento, meu coração parecia estar em câmera lenta, é tudo em minha volta sumiu, a lua parecia ter ficado em um tom alaranjado é a imagem perturbadora de um homem sendo enforcado, o mesmo que correra para mim, é assobiava. O cão o mordeu arrastando meu corpo para dentro da floresta, logo a imagem tornou a sumir é eu estava completamente só, deitado no chão tremendo. Sentia uma forte dor em meu rosto, levei a mão ao local é senti um líquido quente.

Meu rosto sangrava.

Me levantei atordoado é corri cambaleante para casa. Contei aos meus pais, eles riram de mim, fui tarjado como louco que acreditava em contos infantis de terror. Desisti de tentar provar o que havia visto era real, após quase um ano sem tocar no assunto meu amigo me contou de uma lenda local.

De que quem havia sido uma pessoa má em vida quando morresse um enorme cão viria direto do inferno buscar a pessoa. Me arrepiei, pois, as histórias sobre o homem que havia se suicidado era sempre as mesmas de que ele matara o próprio primo e de que havia estuprado uma menina. Tudo que vi, batia com as lendas. Eu decidi que iria levar a sério o que as lendas diziam. Pós eu havia visto. Depois disso eu nunca mais passei por aquela encruzilhada.

Gore - Contos de terror originaisOnde histórias criam vida. Descubra agora