O monstro no final do livro

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-O que eu não acho justo é eles terem mentido mais uma vez. Eu nem ao menos tive uma escolha, Obi. Eu sou... um prisioneiro aqui.

Os dias que se seguiram após o... "incidente", foram horríveis. Eu me isolei no meu quarto. Eu não queria ver ninguém. Eu me sentia tão perdido, tão traído...

...Mas eu sabia que ficar trancado no quarto não resolveria nada. Eu precisava ser forte e seguir com a minha vida. Eu precisava de um amigo, um ombro para chorar. Alguém em quem eu pudesse confiar...

Obito.

Estávamos sentados na frente de um pequeno lago, nos jardins

-Você está exagerando. - Disse, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.

-Estou exagerando? Eu não posso voltar para casa, não posso tomar minhas próprias decisões e ninguém confia em mim. Eu chamo isso de ser prisioneiro... Vocês me deixariam sair de Eldarya? Para Fenghuang, por exemplo. - Ele não respondeu. - Então eu sou um prisioneiro.

-Não... Nós deixaríamos você ir, se fosse realmente o que você queria e se você não estivesse seguro aqui. Mas eu confesso que essa ideia não me agrada. Eu não gostaria que você fosse embora para longe.

-Eu poderia fugir...

-Haha! Sem ofensa, mas eu não acho que você duraria muito tempo sozinho em um lugar totalmente desconhecido para você.

-E foi por isso que eu nem cogitei essa possibilidade, Haha. Obi... - Disse, voltando a ficar sério. - Eu não sei se você se deu conta do que eles me fizeram. Eu perdi tudo que eu tinha. Minha família, meus amigos, minha vida... Mesmo se eu voltar para casa um dia... Eu estarei sozinho.

-Naru...

-Então, você e Tsunade podem ficar tranquilos, pelo visto, eu não vou a lugar nenhum... Mas saiba que, se eu tiver a oportunidade de ir para Fenghuang... eu vou.

-Eu sei. - Respondeu, resignado, depois de um pequeno suspiro.

-... Eu... preciso ir. A avaliação da guarda será hoje, tenho que encontra Kurama no laboratório.

-Oh, claro... Boa sorte. - Desejou, com um sorriso gentil.

-Obrigado.

Me despedi e fui para o laboratório de alquimia, me perguntando que tipo de teste aquela raposa irritante faria para avaliar minhas competências.

Quando cheguei, o ruivo estava avaliando outro membro da guarda absinto, então escorei na parede e esperei ele acabar.

Cinco minutos depois o rapaz saiu da sala. Kurama olhou para mim e apontou para a cadeira vazia na sua frente. Me afastei da parede e fui me sentar.

-Eu vou te fazer algumas perguntas sobre formulas simples de química.

-Está bem.

-Se eu misturar menta apimentada, pétalas de flor de chocolate, cerejas azuis e leite de moogliz, o que obtenho?

-Elixir do bem-aventurado. É uma poção de felicidade. - Respondi, como se fosse nada. Kurama me olhou surpreso, como se não esperasse, nem em um milhão de anos, que eu acertasse...

... A uma semana, eu teria errado. Mas desde que me fizeram beber aquela maldita poção, eu fiquei um pouco obcecado por alquimia. Eu não parava de pensar que se eu soubesse o que cada ingrediente daquela poção fazia, talvez eu pudesse ter evitado o que aconteceu. Então, eu comecei a ler, todo e qualquer livro sobre alquimia que caia na minha mão.

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