[02]- Terror da madrugada.

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Caminho até o telefone antigo pregado na parede, mas assim que o coloco no ouvido a falta de sinal me faz bufar em desespero e raiva. Teria acontecido alguma coisa com meu irmão? Ou meus cuidadores?

Espero que não. Mas haveria outra explicação para esse sumiço?

O silêncio da casa é assustador.

Caminho lentamente pela sala, tentando formular em minha cabeça um plano. Eu devo trancar as portas? Acho que sim.

Nervoso atravesso o cômodo com o coração desritmado, então paro a alguns passos da porra de entrada a qual meu melhor amigo saiu menos de duas horas atrás.

Será que ele está bem?

Espero que sim.

Com a mão trêmula aproximo minha mão da trinca logo abaixo da maçaneta, e com um clique ela está devidamente trancada. E antes de descer a proteção de ferro, olho através do olho mágico o lado de fora, a noite cobria a rua, sendo iluminada apenas pelos postes e a lua, estava silencioso demais. Os sons dos tiros e das bombas cessaram, isso é um bom sinal, não?

A rua está deserta, algumas casas mantinham a luz acesa, vejo a vizinha da frente assim como eu espiar pela janela em uma fresta da cortina.

É quando tão derepente uma explosão não tão longe clareia o céu e faz todo o chão tremer me fazendo por impulso me afastar tombando para o chão e cobrindo meus ouvidos.

Meu coração batia na garganta, tão forte que iria irromper de lá ou sair pela boca. O som desaparece e o silêncio prevaleceu por alguns minutos, até os tiros começarem tão perto, que me fez cogitar apenas ficar ali no chão até tudo isso acabar.

Mas os loucos poderiam invadir, certo?

Criando coragem me levanto do chão, tirando o retângulo falso de parede vendo o aparelho preto piscando apenas esperando que eu insira o código. Meu pai sempre foi paranóico, temendo um ataque terrorista transformou a casa em um forte meio resistente a ataques. Não sabemos se era eficaz já que nunca foi necessário testa-lo.

E enfim estou aqui, digitando a senha de quatro números apenas esperando as proteções de ferro começarem a fechar nas portas e janelas.

E com um som agudo, elas irrompem me trancando do lado de dentro. Espero que onde meu irmão e meus cuidadores estiverem, que estejam bem.

[...]

Sentado no sofá, mudo de canal em busca de algum que não esteja exibindo a transmissão gravada. Já passava da meia noite e ninguém de minha família ou meu melhor amigo haviam me ligado.

Sozinho em casa, as paranóias começam a se fazer presente.

Os loucos já haviam chegado próximos de minha rua, os gritos que cessaram a meia hora atrás eram amedrontadores.

Chacoalho a perna, apertando o controle remoto firme em minha mão, ouvindo o objeto estalar e se partir, deixando no maldito canal com a transmissão gravada.

- Que inferno! - gritei a pleno pulmões.

Isso está me deixando nervoso, quando vão conter isso?

São só loucos, não?

A televisão chia e a imagem de uma mulher loira arrumando o foco do que provavelmente é uma câmera vagabunda. Ela passa as duas mãos no cabelo arrumando seu rabo de cavalo alto, em seguida ajeitando seu jaleco branco.

Welcome to Hell • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora