Perspectivas

Sangue Derramado

Eu não estou surpresa de não ter nada depois daquilo que muitos têm dúvidas e temem, a morte.
Tive a infelicidade de conhece-la de perto, muito perto.
Só posso ver meu corpo caído no chão, não consigo ver minha própria "alma" como muitos dizem, na verdade parece que estou como uma espectadora destinada a vagar por aí sem forma.
Não desperdiço a oportunidade de ver o rosto da pessoa que cometeu tal ato, mas foi em vão, o rosto do indivíduo é um borrão preto.
Se eu pudesse ver meu rosto, estaria arrasada nesse momento.
Não consigo pensar em alguém agora que queira me machucar, ou então eu não notei os sinais.
Tenho quase certeza de que foi algum conhecido, não me lembro muito das últimas memórias mas, a pessoa que me trouxe até aqui, tinha uma pulseira da amizade, que apenas eu e minhas melhores amigas tinhamos.
É verdade, a pulseira.
Eu não consigo acreditar, minhas amigas não fariam isso, somos ou... éramos tão próximas, nunca tinhamos brigado eu apenas discutia um pouco com a Lucy até... Não, isso não é verdade. Eu devo estar ficando maluca, minhas memórias estão confusas, alguma coisa não esta certa.
Agora olhando para minha pulseira no braço do meu corpo, vejo o pingente de borboleta quebrado, e uma sensação estranha me invade, come se alguém estivesse me observando nesse exato momento, olho em volta porém não há nada e ninguém, não há nem cores, tudo está em preto e branco com uma neblina negra, é aterrorizante, mas começo a vagar por aí atrás de algo ou algum motivo.
O que me resta agora? Ver as pessoas que eu amo sofrer? Agonizar eternamente sem poder fazer nada?
Eu pensava que a morte era o fim, mas se é assim, eu deveria ter aproveitado melhor meu tempo enquanto estava viva...