Quando abri os olhos uma luz muito intensa agrediu meu olhar, mas os obriguei a se abrirem e acostumar. Era uma luz que vinha do céu, era amarela e brilhante irradiava alegria, era quente e acolhedora. Olhei em volta e tinha muitas cores diferentes, rosa, amarelo, vermelho, roxo, branco, azul, verde... Era uma infinidade de cores. Era um jardim. As cores eram flores, folhas e árvores, tudo muito lindo e alegre.
- Olá - Uma rosa vermelha me disse.
- Olá - Respondi.
- Por que você não tem cor?
- Não sei, você não era assim quando nasceu?
- Não... Sempre fui linda e colorida. Nem mesmo branca você é. Você não deveria estar aqui.
E logo a notícia de que uma rosa estranha havia nascido já tinha sido espalhada e eu mal nasci e já era sozinha. Fui aprendendo o que eram as coisas sozinha, ouvindo conversas e observando o que as outras florestas faziam. Duas semanas se passaram e eu já estava triste, murcha e sem vontade de continuar a presa aquela terra. Todas as flores eram coloridas e vibrantes e eu era sem cor e sem graça. Não me apreciariam, não iriam sentir meu cheiro e não me dariam de presente.
Eu tinha parado de apreciar o sol e me esquivava quando a água nos banhava. Estava ficando murcha e cada vez mais perto da terra. Num belo dia fechei os olhos e desejei sumir. Achei que nunca mais iria os abrir, mas abri, estava em um local estranho. Não se parecia com um jardim e nem nada que eu conhecia. Tinha paredes a minha volta, uma pequena construção de madeira com um pano por cima de algo que eu não conhecia. Havia também uma porta com muitas margaridas desenhadas um lugar que se encontrava várias bonecas sentadas, bem no meio da parede.
Quando olhei para trás pude ver, através de um vidro, o jardim onde nasci. Podia ver as flores e as árvores. Percebi então que morava no jardim de uma casa e que alguém me trouxe para dentro dela.
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A Flor sem Cor (Concluída)
Short StoryUma flor sem identidade e uma menina sem amigos por causa de sua beleza diferente. Ambas vão se ajudar a encontrar seu amor próprio!