4 - A amizade

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Conforme o tempo passava eu entendia mais sobre o mundo dos humanos e como ser diferente era especial. Clarissa me contava tudo o que acontecia nas suas aulas e sempre sorrindo, muitos sois e luas se passaram e nossa amizade cresceu como uma árvore, já havia me acostumado com a minha não cor e que era assim que devia ser.
Mas infelizmente um dia Clarissa chegou em casa deixando muita água cair dos seus olhos. Ela não veio falar comigo, apenas deitou na cama e encharcou seu travesseiro.

*Clarissa* - Chamei quando o sol ficou laranja.

- Estou muito triste flor ...

* Por que meu botão de rosa? *

Ela finalmente se sentou perto de mim e me contou.

- Uma menina da minha escola disse que eu não podia estudar lá por que eu era suja. Eu contei para a professora e ela disse que colocaria a menina de castigo, mas ela não colocou. E na hora de ir embora eu fiz um desenho para você e a menina rasgou e disse que eu não tenho amigos para dar presentes.

* Que feio. Você tem a mim e eu sempre serei sua amiga. Ela mentiu. Não precisa chorar.

- E sei... Contei para mamãe e ela disse que as outras crianças gostam de diferente... Mas eu gosto de diferente.

* Diferente é bom. Eu sou diferente e você é minha amiga! "

- Obrigada flor.

* Que tal você fazer outro desenho para mim? *

- Sim... Farei um bem mais bonito e colorido.

Assim Clarissa pegou seus lápis de colorir e começou a desenhar um lindo jardim. Qua do terminou ela estendeu na minha frente e eu notei um espaço em branco bem no meio de todas aquelas cores.

* O que é esse espaço vazio? *

- Não é um espaço vazio... É você! ... Você está bem no meio para que todos possam te ver. A flor mais bonita, minha melhor amiga.

* Você também é minha melhor amiga! *

Ela voltou a desenhar, ficou mais alegre e mais sorridente. Contou que iria fazer balé e que iria comprar roupa de bailarina rosa.
Quando anoiteceu ela jantou, tomou banho e se deitou para dormir.

- Boa noite flor!

* Boa noite Clarissa! *

Na manhã seguinte eu acordei depois que Clarissa, ela já havia ido para a escola, não estava me sentindo bem. Apesar de sentir as gotas de água que Clarissa me regou antes de sair, me sentia fraca e sem vida. Apenas senti meu botão bater na terra úmida do vaso. E tudo escureceu.

A Flor sem Cor (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora