12:33, Sábado.
Uma luz começa a transparecer através de minhas pálpebras.
Abro lentamente meus olhos, depois coloco minhas mãos de frente à eles.
-Bom dia! - Ouço uma voz.
Ao abrir inteiramente os olhos, consigo reparar de quem era essa fala vibrante.
-Ah, Luca.. - Reclamo.
-Vamos levantando, já são 12:34 e você ainda está na cama - Ele diz, terminando de abrir as cortinas do meu quarto.
Dou uma leve cotovelada na cama, ajeitando-me.
-Eu poderia saber o que está fazendo aqui em casa numa hora dessas? - Pergunto, erguendo minha coluna e sentando-me na cama.
-Bom.. Simplesmente porque eu quis - Diz ele.
Reviro os olhos, depois suspiro.
-Você não tem o direito de ficar assim comigo, eu comprei besteiras pra você e ainda vai me tratar assim? - Pergunta.
-Comprou o quê? - Questiono, mostrando interesse.
-Salgados apimentados, massa de bolo, sorve-
-Luca, você sabe que pode me acordar assim sempre quiser, né? - Após dizer isso, me levanto rapidamente, indo até ele.
Abro os braços, contornando-os no ombro dele.
-Sua mãe não voltou pra casa ainda? - Ele pergunta, abraçando-me de volta.
-Acho que não..
Saio dos braços dele, passando pela porta do quarto e indo em direção ao de minha mãe.
Abro a porta.
Não há ninguém.
-Espera.. Se minha mãe não está em casa, como você entrou?! - Pergunto.
-A porta estava aberta, então quando entrei a tranquei.
Ah, era só o que faltava.
Estava com a cabeça tão avoada nas nuvens que me esqueci de trancar a porta de casa.
Não que a região seja movimentada por assaltantes, mas é questão de segurança. Mas nem isso eu fiz.
-Ainda bem que ela não chegou ainda então.. - Cochicho, fechando a porta do quarto dela.
Começo a descer as escadas.
Passo pela sala, depois entro na cozinha.
Fuço nas sacolas sobre um balcão.
-E esse moletom novo? - Escuto Luca se referir à mim da sala.
Olho para baixo.
-Ah, não é meu.. - Digo.
Luca olha de canto para mim, sentando no sofá.
-Você foi dormir tarde ontem, não foi? - Pergunta.
-É, e eu estou morrendo de fome - Pisco para ele, mostrando a língua.
Coloco a mão dentro da sacola, tirando os salgadinhos de lá.
Deixo sobre o balcão, depois pego sucos da geladeira.
-O bolo será você quem vai fazer - Diz ele.
Arregalo os olhos, colocando uma mão sobre a cintura.
-Eu? - Interpelo.
-Você mesma.
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Entre tuas Matizes
HorrorSara é uma garota com cicatrizes, mas não se deixa levar por isso. O amor para ela era algo inexplicável, pois nunca experimentou sequer uma vez; ela temia o apego e a afeição, e sabia que criando laços com pessoas erradas, sua vida iria para a pior...