XV

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12:33, Sábado.

Uma luz começa a transparecer através de minhas pálpebras.

Abro lentamente meus olhos, depois coloco minhas mãos de frente à eles.

-Bom dia! - Ouço uma voz.

Ao abrir inteiramente os olhos, consigo reparar de quem era essa fala vibrante.

-Ah, Luca.. - Reclamo.

-Vamos levantando, já são 12:34 e você ainda está na cama - Ele diz, terminando de abrir as cortinas do meu quarto.

Dou uma leve cotovelada na cama, ajeitando-me.

-Eu poderia saber o que está fazendo aqui em casa numa hora dessas? - Pergunto, erguendo minha coluna e sentando-me na cama.

-Bom.. Simplesmente porque eu quis - Diz ele.

Reviro os olhos, depois suspiro.

-Você não tem o direito de ficar assim comigo, eu comprei besteiras pra você e ainda vai me tratar assim? - Pergunta.

-Comprou o quê? - Questiono, mostrando interesse.

-Salgados apimentados, massa de bolo, sorve-

-Luca, você sabe que pode me acordar assim sempre quiser, né? - Após dizer isso, me levanto rapidamente, indo até ele.

Abro os braços, contornando-os no ombro dele.

-Sua mãe não voltou pra casa ainda? - Ele pergunta, abraçando-me de volta.

-Acho que não..

Saio dos braços dele, passando pela porta do quarto e indo em direção ao de minha mãe.

Abro a porta.

Não há ninguém.

-Espera.. Se minha mãe não está em casa, como você entrou?! - Pergunto.

-A porta estava aberta, então quando entrei a tranquei.

Ah, era só o que faltava.

Estava com a cabeça tão avoada nas nuvens que me esqueci de trancar a porta de casa.

Não que a região seja movimentada por assaltantes, mas é questão de segurança. Mas nem isso eu fiz.

-Ainda bem que ela não chegou ainda então.. - Cochicho, fechando a porta do quarto dela.

Começo a descer as escadas.

Passo pela sala, depois entro na cozinha.

Fuço nas sacolas sobre um balcão.

-E esse moletom novo? - Escuto Luca se referir à mim da sala.

Olho para baixo.

-Ah, não é meu.. - Digo.

Luca olha de canto para mim, sentando no sofá.

-Você foi dormir tarde ontem, não foi? - Pergunta.

-É, e eu estou morrendo de fome - Pisco para ele, mostrando a língua.

Coloco a mão dentro da sacola, tirando os salgadinhos de lá.

Deixo sobre o balcão, depois pego sucos da geladeira.

-O bolo será você quem vai fazer - Diz ele.

Arregalo os olhos, colocando uma mão sobre a cintura.

-Eu? - Interpelo.

-Você mesma.

Entre tuas MatizesOnde histórias criam vida. Descubra agora