ETLCD 1 - ∆ A Jaula ∆

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Um dia me perguntaram se eu era um Deus. Respondi que não, muita ousadia dizer, que sim. Então rebateram com uma afirmação: — Se você é filho de Deus, então você é um Deus.

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Clara Pietra Evans🌀

— Olívia solta a Danielle — gritou o Professor Edward, usando seu típico jaleco preto sobre a camisa branca e calça jeans.

— Diga pra ela não se meter mais nos meus assuntos — disse encarando Danielle que sorria, como se não estivesse grudada no teto da sala.

— Não estava me metendo em seus assuntos queridinha, fiz apenas um comentário. Você que se ofendeu, porque sabe que é verdade. — Danielle não se importava de rebater, fazendo a desordem continuar.

Seu corpo desgrudou do teto com apenas um maneio de cabeça de Olívia. Não chegou a atingir o chão, Danielle ficou flutuando a alguns centímetros do mármore branco, gargalhando feito uma louca.

— Não é só você que tem seus truques, queridinha — declarou piscando para Olívia que saiu pisando duro.

Cristian, Landon e Rafael reviraram os olhos não se importando com o que acabou de acontecer. Estávamos acostumados, todos os dias alguém de nós causava alguma baderna.

— Eu. Estou. Cansado! — berrou o professor. Como se fôssemos nos importar com o que ele sentia. — Vocês nem parecem filhos de Sete. Parecem mais com os filhos de Caim, até eles são mais civilizados. Não vou ficar aqui aguentando síndrome de deuses frustrados. — Caminhou até a porta a travando para o lado de fora.

— Feliz irmãzinha? Era isso que você queria, ficar aqui dentro trancada ? — Levantei indo de encontro ao corpo de Danielle encostada de jeito desleixado na parede.

— Olívia a dias tem perturbado as aulas e ninguém faz nada. Ela tem que entender não é a rainha da escola — proferiu.

— Clara fica na tua, senão vamos passar ainda mais tempo aqui — Landon fez com que meu corpo se deslocasse até a poltrona da minha mesa. Cerrei os dentes em desaprovação. Sua garrafa de água estava em cima de sua mesa, fiz com que ela atingisse seu rosto e pude ter o controle dos meus movimentos novamente.

— Quem se intromete aonde não é chamado, acaba se ferrando — Cristian disse gargalhando, sendo acompanhado por Rafael.

— Lá vem, o professor. Droga, não está sozinho, estamos em maus lençóis. — Cristian sentia a presença de qualquer pessoa a quilômetros de distância. — Estão no corredor.

— Qual deles vem dessa vez? — Rafael perguntou fazendo uma fisionomia de derrotado. Tinha noção do que nos esperava.

— A mãe da Danielle e da Clara. — Danielle encarou meus olhos e Balancei a cabeça e bati palmas sem fazer barulho.

— Cinco segundos e a porta será aberta — Cristian disse e ficamos em silêncio. Como ele falou a porta se abriu e mamãe não tinha o sorriso falso, habitual de sempre.

— Essa é a nonagésima ocorrência contra está turma essa semana. — entrou despejando sua raiva. Seu vestido vermelho contornava o corpo até os joelhos. Seu salto preto produzia um som irritante em contato com o mármore.
— Em um segundo, Olívia está quase sendo afogada pela Clara, em outro Cristian e Rafael estão levitando o Landon em uma brincadeira de mal gosto em cima da cabeça do professor, além de Danielle criar uma ilusão de ótica e mandar outra aluna em seu lugar sob ameaça, para deixar claro. E fazê-la participar das aulas que era para ela, estar presente.

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