ETLCD 2 - ∆ Que os jogos comecem ∆

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Danielle Pietra Evans 🌀

A cama velha sobre a qual o corpo de Landon repousava, fez um barulho estridente assim que ele acordou desesperado, apalpando seu rosto e corpo, puxando o lençol asqueroso debaixo dele.

— A princesa resolveu acordar — ironizei, ao ver a confusão estampada em seu rosto.

— O que aconteceu? — indagou se levantando, vasculhando com o olhar a cela onde fomos trancafiados.

Entrelacei a perna sob a cama, antes de respondê-lo:

— Você não se lembra? — Ele ficou pensativo, puxando na memória o que aconteceu horas atrás.

— Aqueles homens invadiram a jaula... Cadê os outros? — Sua fisionomia de confusão se transformou em desespero. Landon de todos nós, é o que mais se importa. Ele é bom, tem seus defeitos, mas é bom.

— Ainda não acordaram. — Levantei, indo olhar pela grade. — Ao lado esquerdo dessa cela imunda, estão Clara e Cristian, a direita Olívia e Rafael. Nossos poderes não funcionam, aqui. Também já tentei — avisei ao vê-lo fazendo caretas feias, na tentativa falha de abrir a porta.

— Como isso é possível, são celas normas? E velhas — observou ao ver que estavam desgastadas.

— O ferro foi exposto ao mesmo material que é feito as jaulas, ou é uma jaula, uma das primeiras a serem construídas. E não adianta perguntar, não faço a mínima ideia de onde estamos. — Landon fez menção de abrir a boca e fechou em seguida. Sabia o que ele iria perguntar, convivemos desde criança juntos, aprendemos a conversar através do olhar. Essa filosofia seria linda, se não fosse como um pesadelo para nós. Por mais que cada um use uma máscara de que não se importa, todos se importam, cada um sabe o demônio que assombra cada um dos seis. Ninguém diz nada, pois é o único lugar onde não precisamos estar grudados.

— Faz tempo que você acordou? — ele ama conversar. Não consegue ficar calado, é atencioso ao ponto de deixar as pessoas constrangidas, não é normal na nossa linhagem temos legítimos assim. A maioria é carrancudo, calado, egoísta, sem empatia e com o tempo piora.

— Será que não consegue ficar calado? — O fruto da paciência não é predominante em mim, não quando se trata dele.

— Dani, não estou perturbando você, me diga apenas se está bem ou não? — Sorte a dele que meus poderes não funcionam nesse lugar.

— Estou ótima. Maravilhada com esse lugar, incrível. Meu sonho sempre foi está aqui, presa com você. O amor da minha vida. — Coloquei as mãos no peito e interpretei uma linda moça, falando.

— É, pela ironia, realmente está bem — disse e voltou a se sentar na cama. — O que será que eles querem de nós? — Será possível que ele ainda não entendeu que não quero conversar?

Fiquei em silêncio e fechei os olhos, concentrada em achar uma solução, um escape, de como fugir.

A mente traiçoeira levou meus pensamentos a Jack, meu namorado. Ele com certeza não virá atrás de mim. Não porque não queira, mas sabe que posso me virar sozinha. E jamais vai querer expôr nosso relacionamento. Jack é meu melhor amigo, o único desde que me entendo por gente, começamos a namorar justo no tempo que nossos pais tiveram a brilhante ideia de divulgar, que os legítimos seguiram a tradição e estavam namorando.

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