Nossa casa

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Depois de tomar um banho e escovar os dentes, visto um pijama confortável e vou para a cama, onde Josh já me espera. Ele se aninha comigo assim que me deito. Sorrio ao sentir seu cheiro e o calor tão envolvente que emana do seu corpo. Sinto que poderia viver assim por toda a eternidade.

- Eu te amo. - meu coração dispara. É a primeira vez que digo isso diretamente a ele, tão espontaneamente. A frase, que sai de forma tão natural, externaliza meus sentimentos mais sinceros. Eu realmente o amo, tanto que não imagino como será caso nos separemos um dia.

- Eu ouvi direito? - Josh me encara, sorrindo. Sua mão acaricia meu rosto com delicadeza.

- Sim, eu disse que te amo. - também sorrio. Minha mão repousando em seu peito. O coração ainda bate forte no peito, ansioso para ouvir uma resposta.

- Também amo você, Any. - ele diz. Seu sorriso se torna ainda maior e me vejo em um dilema sobre a parte mais bonita dessa cena: os olhos brilhando feito duas estrelas ou a expressão amável em seu rosto? - Apesar do meu irmão insuportável e do incidente com o jantar, estou feliz por estarmos aqui.

- Ah, o Jaden é bem legal e sei que a sua mãe cozinhou na melhor das intenções. Também estou feliz por estarmos aqui. - me aconchego um pouco mais em seu corpo. - Só... acho que vou precisar de um lanchinho daqui a pouco. - ele ri.

- Preciso confessar que eu também. Tenho certeza que a dona Úrsula não usou uma... como é mesmo o nome daquela panela?

- Panela de pressão.

- Isso, acho que ela não usou uma dessas. - ele passa a mão pelos cabelos. - Você deveria falar com ela e explicar como fazer uma feijoada. Caso contrário, pode ter que comer uma dessas sempre que vier pra cá.

- Deus, não! - dou risada. - Realmente. Acho que posso dar algumas dicas. Só espero que não fique chateada.

- Ela não vai, porque adorou você. Aliás, é impossível não adorar você.

- Você acha?

- Tenho certeza. - recebo um selinho. - Você pretende dormir agora?

- Pretendo. Você não? - me ajeito na cama.

- Na verdade... - ele umedece os lábios. Já imagino o que vem a seguir. - eu estava pensando em como seria interessante se nós... Hm, colocássemos em prática a nossa paixão, sabe?

- A nossa paixão? - outra risada escapa.

- É, você não gostou da ideia? - ele sorri maliciosamente.

- Pra ser sincera, eu adorei. Você tem excelentes ideias, meu amor. - lhe dou um beijo.

***

- Acho que agora é um ótimo momento pra fazermos aquele lanche. - Josh diz enquanto tenta normalizar sua respiração. Ainda estamos um pouco ofegantes.

- Concordo plenamente. Repor as energias é essencial. - passo a mão em sua testa, afastando os fios loiros grudados na pele úmida de suor. Ele me dá um beijo antes de se erguer da cama, cobrindo o corpo nu com o edredom. Em seguida, veste sua calça de moletom e a camiseta branca.

- Quer esperar aí deitada ou vem me ajudar?

- Estou morrendo de preguiça, mas vou com você. - também me levanto. Recolho minhas roupas com rapidez e as visto antes de prender o cabelo em um coque.

Olho o visor do celular antes de deixarmos o quarto. São 03:15 da madrugada. Caramba! Eu podia jurar que havíamos nos recolhido pouco depois das 21:00. Adentramos a cozinha com cuidado para não fazer barulho. Não queremos acordar as pessoas. Enquanto Josh pega pratos e copos para nós, sigo suas orientações, pegando os ingredientes para prepararmos sanduíches e deixando sobre a bancada.

- A gente se dá tão bem. - comento ao abrir o pote de manteiga de amendoim. - Você não tem medo? - ele se aproxima, me abraçando por trás.

- De que algo nos atrapalhe? - concordo com um aceno de cabeça e recebo um beijo no pescoço. Então ele se posiciona ao meu lado, retirando alguns pães do saco plástico. - Tenho, mas sei que saberemos contornar a situação. Não se preocupe com isso.

- É, tem razão. - começo a passar a manteiga em um pão de forma.

- Sabe o que eu estava pensando? - ele vai até a geladeira e pega uma jarra com suco.

- Não. No que você estava pensando?

- Que ultimamente estamos praticamente morando juntos. - diz servindo nossos copos. - Nós dividimos o mesmo quarto nos hotéis e, quando estamos em LA, tenho dormido constantemente na sua casa.

- Agora que você falou... - sorrio. Ele tem razão. Nós simplesmente não nos desgrudamos. Josh mal pisa em seu apartamento. Quando acontece, é apenas para trocar de roupa ou fazer as malas. - Parece que ela já se tornou a nossa casa.

- As vezes acho que eu devia te dar um pouco de espaço, porque caso contrário, você pode acabar, sei lá, se cansando da minha presença.

- Besteira! Você sabe bem qual é o único espaço que quero exista entre nós. - digo com certa malícia. Ele parece entender, pois começa a rir. - Sabe que essa sua observação acabou me dando uma ideia?!

- Que ideia?

- É bem simples. - termino com os pães e me encosto na bancada, o observando. - O que acha de se mudar de vez para o meu apartamento?

- Você... está falando sério? - ele pergunta após alguns segundos de silêncio, parecendo ter sido pego de surpresa.

- Muito sério. Veja bem, nós ficamos juntos o tempo todo, seja no trabalho ou nas folgas. Se pensarmos bem, na prática, não iria mudar muita coisa.

- Olhando por esse lado... - ele cruza os braços sobre o peito. - Talvez seja uma boa coisa a se fazer.

- Você acha? - me aproximo dele.

- Acho. Estamos juntos há pouco tempo, mas eu estaria disposto a dar esse passo com você.

- Ah, não acredito! - me jogo em seus braços, empolgada com o que acabo de ouvir. - Então cuidaremos disso assim que voltarmos à Los Angeles.

Your Love Saved Me • BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora